Um dos maiores desafios enfrentados pelas mulheres em cargos de liderança é a superação de estereótipos de género e preconceitos enraizados na sociedade. Desde jovens que as mulheres são, frequentemente, expostas a expectativas e normas sociais que definem o que é adequado ou esperado, limitando, muitas vezes, as oportunidades de crescimento e desenvolvimento profissional.

Estes estereótipos levam, por vezes, à crença equivocada da incapacidade ou incompetência por parte das mulheres, para assumir cargos de liderança ou gestão de topo. Essa percepção errónea subestima as competências das mulheres, criando um ambiente onde o género feminino se encontra, constantemente, a provar o seu valor e capacidade, enfrentando frequentemente um escrutínio mais rigoroso, quando comparado com o género masculino, em posições similares.

Paralelamente, constata-se que a conciliação entre a vida profissional, pessoal e familiar é, frequentemente, uma das maiores dificuldades enfrentadas por mulheres em cargos de liderança. As expectativas sociais quanto aos papeis de género, recaem sempre sobre as mulheres, persistindo a ideia de que são estas que devem ser as principais responsáveis pelos cuidados domésticos e pela educação dos filhos.

Na região do Algarve, esta realidade é acentuada pelas características socioeconómicas locais, resultando numa significativa falta de oportunidades, no que diz respeito ao exercício de cargos de liderança pelo sexo feminino, já que em muitos setores os cargos de liderança são, frequentemente, dominados por indivíduos do sexo masculino.

Para agravar esta realidade, acresce a falta de redes profissionais e mentorias específicas, praticamente inexistentes na região e cruciais para o desenvolvimento profissional e para a progressão na carreira.

Estes desafios sublinham bem a importância de promover a igualdade de género, de criar oportunidades de desenvolvimento na região e de estabelecer políticas de apoio específicas, com vista a fomentar que o sexo feminino alcance, cada vez mais, posições de liderança, contrariando assim a falta de representatividade feminina verificada no Algarve.