Morte de jovem assistida em Portimão: bastonário remeteu caso ao conselho disciplinar

Carlos Cortes pediu explicações ao Hospital de Portimão, esperando que a própria instituição tenha determinado, desde a primeira hora, a abertura de um inquérito para apurar “o que aconteceu” e em “que circunstâncias”.

O bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, disse ao NOVO ter pedido explicações ao Hospital de Portimão sobre o caso da jovem que foi assistida naquela unidade, depois de ter sido esfaqueada, e que veio a morrer dias depois. Carlos Cortes decidiu também remeter o sucedido ao conselho disciplinar da ordem para avaliar se houve responsabilidade clínica na assistência prestada na urgência.

O caso foi noticiado pelo Expresso na semana passada e envolve a médica interna que, em Abril, denunciou vários casos de alegada negligência e erro médico, responsabilizando o ex-orientador de formação, mas também o director do serviço de cirurgia do Hospital de Faro.

Diana Pereira voltou agora a ser notícia por estar envolvida na assistência à jovem esfaqueada a 15 de Junho, em Portimão, e que morreu dias depois, na sequência de um agravamento da sua situação clínica. O semanário cita o registo da paciente, onde Diana Pereira surge como responsável pela alta.

Uma alegação que a médica interna rejeita: “É absolutamente falso que tenha dado alta à jovem.” Recorrendo às redes sociais, Diana Pereira argumenta que, enquanto interna de primeiro ano, nunca orientou sozinha, fez prescrições ou deu alta a doentes na urgência do Hospital de Portimão.

“Fazia apenas o exame físico e a colheita da história, com o devido registo clínico, sempre acompanhada de internos mais experientes e especialistas que assumiam a orientação dos doentes”, relata, recordando também ter apresentado a demissão daquele hospital a 20 de Junho. Ou seja: “Antes de a jovem ter regressado ao hospital e da sua posterior morte que, naturalmente, muito lamento.”

Ao NOVO, o bastonário da Ordem dos Médicos disse ainda esperar que o próprio hospital tenha aberto, desde a primeira hora, um processo de inquérito para “apurar o que aconteceu” e em que “condições” Diana Pereira assistiu a doente e se essa assistência foi supervisionada e por quem.

O NOVO questionou também o Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) sobre o caso, nomeadamente sobre se foi aberto um inquérito interno, mas não obteve qualquer resposta até ao momento.