O antigo presidente peruano Alberto Fujimori, indultado em dezembro por motivos de saúde depois de ter sido condenado a 25 anos de prisão, morreu na quarta-feira em Lima, aos 86 anos, anunciou a família.

“Após uma longa batalha contra o cancro, o nosso pai, Alberto Fujimori, acaba de ir ao encontro do Senhor. Pedimos àqueles que o amam que nos acompanhem com uma oração pelo descanso eterno da sua alma. Obrigado por tudo, pai”, anunciaram os filhos Keiko, Hiro, Sachie e Kenji Fujimori, na rede social X.

O antigo líder, de origem japonesa, foi libertado em dezembro depois de ter passado 16 anos numa prisão a leste de Lima.

Cumpria uma pena de 25 anos por crimes contra a humanidade, incluindo dois massacres de civis cometidos por um esquadrão do exército durante a luta contra os guerrilheiros maoistas do Sendero Luminoso no início da década de 1990.

Foi libertado em dezembro por ordem do Tribunal Constitucional “por razões humanitárias”, apesar da oposição do Tribunal Interamericano. Em maio, Fujimori anunciou ter sido diagnosticado com um tumor maligno na língua.

O estado de saúde de Fujimori deteriorou-se rapidamente durante a última semana, apesar de ter terminado a radioterapia à boca em agosto, disseram fontes próximas da família. Um padre católico chegou na tarde de quarta-feira à casa no bairro de San Borja, em Lima, onde vivia com a filha mais velha, Keiko Fujimori.

Fujimori foi visto pela última vez em público a 5 de setembro, à saída de uma clínica no distrito de Miraflores, onde realizou exames médicos, como o próprio indicou.

A 14 de julho, Keiko Fujimori, líder do principal partido de direita do país, anunciou que o pai se ia candidatar às eleições presidenciais de 2026.

“Veremos”, tinha dito recentemente Alberto Fujimori.