A dois meses das eleições legislativas de 10 de março, o núcleo duro de Luís Montenegro começa já a delinear quem poderão ser os titulares de pastas ministeriais caso a AD vença as eleições. E o líder pensa contar, sobretudo, com a prata da casa, isto é, com os elementos da Comissão Política, segundo dizem ao NOVO fontes sociais-democratas. Mas não só. Luís Montenegro quer ir buscar um elemento ligado ao ex-líder Rui Rio e Salvador Malheiro está na calha para ser ministro do Ambiente caso o PSD e o CDS (a que agora se juntou o PPM) vençam as eleições.
Segundo as mesmas fontes, Miguel Poiares Maduro poderá assumir a Justiça, Paulo Rangel os Negócios Estrangeiros, Hugo Soares a Presidência e Joaquim Miranda Sarmento, atual líder parlamentar, as Finanças. Já Miguel Pinto Luz é um dos nomes que está a ser pensado para o ministério das Infraestruturas, enquanto Margarida Balseiro Lopes poderá ocupar um lugar na Educação, pasta que o PSD poderá também, em alternativa, entregar a Maria da Graça Carvalho, que regressaria, assim, do Parlamento Europeu. Para a Economia, um dos nomes que está a ser equacionado pela cúpula do PSD é o de Pedro Reis, enquanto o ex-bastonário da Ordem dos Médicos Miguel Guimarães, um dos subscritores do manifesto de apoio a um governo do PSD e que há muito está ao lado de Montenegro, é uma hipótese para a difícil pasta da Saúde. Pastas como a Energia, Cultura, Segurança Social, Trabalho ou Habitação poderão ser ocupadas pelos independentes que o presidente social-democrata já disse querer integrar na AD que será assinada numa cerimónia pública domingo, logo depois de o principal adversário da coligação de direita Pedro Nuno Santos fazer a sua intervenção de encerramento no seu primeiro congresso, que arrancou sexta-feira.
No âmbito do acordo firmado entre PSD, CDS e PPM, a que deram o nome de AD, para reavivar o espírito de vitória de Sá Carneiro em 1979, os democratas-cristãos negociaram dois lugares no governo e dois lugares elegíveis para deputados, o que garantirá o regresso do partido ao parlamento. Nuno Melo, que deverá ser substituído por Pedro Mota Soares como cabeça de lista às europeias de 9 de junho, poderá ficar com a pasta da Defesa. Outro quadro do CDS que poderá exercer funções executivas num eventual governo da AD será Paulo Núncio, ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais.
Teresa Morais, que integrou o governo de Pedro Passos Coelho, poderá ser chamada de novo a exercer funções executivas e Inês Ramalho, atual vice-presidente do PSD, poderá ser outra hipótese. Da parte do CDS, Cecília Meireles tem sido sondada e convencida a avançar para uma pasta ou para um lugar nas listas a deputados, que será fechada no próximo dia 15, mas a ex-dirigente do CDS tem manifestado a intenção de não exercer cargos políticos. Contudo, continua a ser uma das apostas de Nuno Melo. As listas de deputados terão de ser entregues até ao dia 29 de janeiro, sendo que o CDS garante dois lugares com a AD, mas acredita poder chegar aos seis deputados.
Leia o artigo da íntegra na edição do semanário NOVO que sai sábado para as bancas, dia 6 de janeiro