Monkeypox agora é mpox: OMS altera nome da doença

A doença monkeypox passará a designar-se mpox. OMS quer evitar linguagem racista e estigmatizante associada à designação inicial. “Em várias reuniões, públicas e privadas, vários indivíduos e países manifestaram preocupação e pediram à OMS que propusesse um caminho para alterar o nome”, revela a organização.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alterou, esta segunda-feira, o nome da doença monkeypox para mpox. O objectivo é evitar uma linguagem racista e estigmatizante, revela a OMS em comunicado.

“Após uma série de consultas com peritos mundiais, a OMS começará a utilizar o novo termo mpox como sinónimo de monkeypox”, indica a organização.

O próximo ano será um período de transição e os dois nomes poderão ser utilizados simultaneamente. “[Este período] serve para mitigar as preocupações levantadas pelos especialistas acerca da confusão causada por uma mudança de nome no meio de um surto global e também dá tempo para completar o processo de actualização da Classificação Internacional de Doenças e para actualizar as publicações da OMS”, revela.

A mudança de nome tem como objectivo evitar uma linguagem racista e estigmatizante, que “foi observada e comunicada à OMS” quando o surto se expandiu. “Em várias reuniões, públicas e privadas, vários indivíduos e países manifestaram preocupação e pediram à OMS que propusesse um caminho para alterar o nome”, destaca.

De acordo com o processo de actualização da Classificação Internacional de Doenças, a OMS levou a cabo um processo de consulta para recolher opiniões de peritos, bem como de países e do público em geral, que foram convidados a apresentar sugestões para novos nomes.

Finalizado o processo de consulta, seguiram-se discussões internas com Tedros Adhanom Ghebreyesus, director-geral da OMS, e a organização recomenda então a adopção do termo mpox para designar a doença.

O surto, que teve início na Europa, acabou por chegar a países de outros continentes, como Estados Unidos, Canadá e Brasil. Até à data foram confirmados mais de 81 mil casos em cerca de 100 países, entre os quais Portugal, com 948 casos.