Pelo menos 34 formações políticas pretendem concorrer às eleições gerais de 9 de outubro em Moçambique, segundo a Comissão Nacional de Eleições (CNE) moçambicana, que aceita candidaturas até à tarde desta segunda-feira, 10 de junho.

De acordo com informação da CNE, 26 partidos políticos, coligações de partidos políticos e grupos de cidadãos eleitores proponentes já submeteram as suas candidaturas, estando agendadas mais oito para hoje, último dia do processo, que encerra às 15h30 locais (14h30 de Lisboa).

Na manhã de hoje, a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, juntou-se ao Movimento Democrático de Moçambique (MDM), segunda força da oposição, e à Resistência Nacional de Moçambique (Renamo), principal partido da oposição, na lista das formações políticas que já submeteram as candidaturas às eleições de 9 de outubro.

“Esperamos ganhar as eleições, não só porque somos o partido mais experiente, mas somos um partido que sabe o que vai fazer”, disse a mandatária da Frelimo, Verónica Macamo, momentos após a submissão, na CNE, das candidaturas da Frelimo para todos os círculos eleitorais do país e no estrangeiro, apelando a uma campanha eleitoral pacífica.

“Devemos consolidar a nossa unidade e boas práticas como aquelas que nos conduzem a fazermos uma campanha pacífica, a nos olharmos como irmãos e, efetivamente, cada um fazer uma campanha sem molestar o outro, a dizer palavras que não sejam corretas e que possam ofender outra pessoa”, apelou.

Na fase de inscrição na CNE, que decorreu até maio, 43 formações políticas manifestaram interesse em concorrer às eleições gerais de 9 de outubro.

A província de Nampula volta a ser a que mais deputados à Assembleia da República de Moçambique vai eleger nas eleições gerais de 9 de outubro, com 45 dos 250 mandatos a eleger, segundo distribuição feita pela CNE.

De acordo com o mapa da distribuição da CNE, em função dos eleitores inscritos, todas as províncias mantêm a mesma representação para a votação deste ano, face aos respetivos deputados eleitos nas eleições gerais de 2019 e atualmente em funções.

Depois de Nampula, com mais de 2,3 milhões de eleitores, segue-se a província da Zambézia, no centro do país, com 41 deputados, a escolher por mais de 2,1 milhões de eleitores, e Cabo Delgado, no norte, com 23 mandatos para quase 1,2 milhões de eleitores.

No sul, a província de Maputo – mais de 1,1 milhão de eleitores — vai eleger os mesmos 20 atuais deputados e o círculo correspondente apenas à cidade capital, com cerca de 700 mil eleitores, mais 13, pouco menos dos 17 deputados a escolher pelos quase 900 mil eleitores da província de Manica, no centro do país.

O círculo da região de África volta a eleger um deputado, o mesmo acontecendo com o resto do mundo.

Moçambique realiza em 9 de outubro eleições gerais, incluindo presidenciais, às quais já não concorre o atual presidente da República e líder da Frelimo, Filipe Nyusi, por ter atingido o limite de dois mandatos previsto na Constituição.

A votação inclui legislativas e para governadores de províncias e respetivas assembleias provinciais, neste caso com 794 mandatos a distribuir, 94 dos quais em Nampula e 92 na Zambézia.