Ministro da Saúde apela à “aproximação de posições” nas negociações com os médicos

Manuel Pizarro garante que está “surpreendido” por não conseguir chegar a acordo com os sindicatos. E elogia “atitude” dos médicos.

O ministro da Saúde garante que está “surpreendido” por não conseguir chegar a acordo com os sindicatos dos médicos e apela à “aproximação de posições”.

“Para se fazer num acordo é preciso entendimento dos dois lados. Em alguns dos casos, eu próprio estou surpreendido por não se ter chegado a acordo”, disse, esta sexta-feira, Manuel Pizarro, argumentando que “a generalização das Unidades de Saúde Familiar modelo B era uma antiga reivindicação de todo o setor, incluindo das organizações sindicais”.

O ministro da Saúde espera que ainda haja “oportunidade para diálogo e para aproximação de posições”. E garante que “fica claro da parte do Governo não apenas a valorização do serviço nacional de saúde, mas a vontade de criar melhores condições de trabalho aos médicos, nomeadamente do ponto de vista remuneratório”.

Manuel Pizarro aproveitou para elogiar a postura dos médicos durante os períodos de greve. “Tenho que elogiar a atitude dos médicos. Têm respeitado escrupulosamente os serviços mínimos. Nunca está em causa criar soluções que gerem insegurança às pessoas. Registo como um facto positivo. No primeiro semestre deste ano, o último período para o qual temos dados completos, o Serviço Nacional de Saúde teve a sua maior produção de sempre”, disse.

As negociações entre sindicatos dos médicos e Governo iniciaram-se em 2022, mas não tem havido consenso. Uma nova reunião negocial extraordinária foi marcada para terça-feira.

O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) garantiu, na quinta-feira, que mantém as greves previstas para este mês perante a falta de acordo com o Governo sobre aumentos salariais e dedicação plena. A Federação Nacional dos Médicos acusou o executivo de “falta de vontade política” para resolver os problemas na área da saúde.