Mendes agita águas à direita e coloca PSD em teste para presidenciais
Luís Marques Mendes marcou a rentrée da vida política ao anunciar disponibilidade para ser candidato a Belém, se tiver uma vaga de fundo. E a jogada de antecipação teve mesmo esse propósito, segundo os analistas: tomar o pulso ao país e sinalizar-se junto do PSD. E também mostrar a outros protocandidatos que já está em jogo. Mas as bases do PSD ainda sonham com Pedro Passos Coelho.
Não há como negar. O PSD está a marcar a agenda política na rentrée do novo ano. Primeiro, foi a reforma do IRS; agora foi a vez de Luís Marques Mendes, surpreendendo uns, outros nem tanto, ao vir dizer que está disponível para ser candidato a Belém.
De imediato, as águas à direita agitaram-se, perante o silêncio dos partidos à esquerda, e as presidenciais entraram no espaço mediático. Tudo isto a mais de dois anos das eleições que vão escolher o sucessor de Marcelo Rebelo de Sousa. “Se um dia achar que com uma candidatura à Presidência da República posso ser útil ao país, tomarei essa decisão”, fez questão de dizer o antigo líder do PSD, no seu espaço habitual de comentário na SIC.
Nos bastidores do PSD e nos corredores da política já se falava em surdina que Marques Mendes gostaria de ser o novo inquilino do Palácio de Belém e a sua ida à Festa do Pontal para a rentrée do PSD, a convite de Luís Montenegro, deixou ainda mais no ar essa ideia. Bem que Mendes ia dizendo que a sua vida política tinha terminado há 16 anos, mas a História tem-nos mostrado que, em política, o que hoje é amanhã deixa de ser.
Quem não se lembra do “nem que Jesus desça à terra” de Marcelo Rebelo de Sousa, hoje Presidente da República. Numa jogada de antecipação, como, aliás, tinha também feito Jorge Sampaio em 1995, deixando António Guterres espantado, Marques Mendes decidiu sinalizar junto do PSD e dos que tinham (ou têm) intenções de avançar que está aberto a entrar na corrida.
Leia o artigo na íntegra na edição do NOVO que está este sábado, dia 2 de setembro, nas bancas.