O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, chegou hoje à cidade egípcia de Al Alamein (norte) para conhecer a posição do movimento islamita palestiniano Hamas relativamente à proposta de trégua em Gaza aceite por Israel.

O jornal egípcio Al Qahera News, próximo dos serviços secretos egípcios, noticiou a chegada à estância mediterrânica, onde Blinken se encontrará com o Presidente egípcio, Abdelfatah al-Sisi, na sua residência de verão, antes de seguir para o Qatar para um encontro com o gabinete político dos islamitas palestinianos do Hamas.

O Egito e o Qatar são os dois principais mediadores para uma trégua em Gaza e os canais de comunicação do Hamas com Israel.

Blinken vai reunir-se com os líderes dos dois países para pressionar o Hamas a aceitar a última proposta dos Estados Unidos, depois de se ter encontrado com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu. Após este encontro, o norte-americano fez saber que o líder israelita aceitou a proposta de acordo de cessar-fogo e libertação de reféns.

No entanto, o movimento palestiniano manifestou as suas reservas em relação ao novo compromisso, por incluir apenas as exigências de Israel, além de alterações substanciais às propostas apresentadas há alguns meses pelo Presidente norte-americano, Joe Biden, e que o Hamas considerou válidas antes de Israel as rejeitar.

Segundo uma fonte do Hamas citada pela agência noticiosa EFE, a última proposta de tréguas não aborda a retirada total de Gaza, nem os dois corredores atualmente ocupados por Israel, o de Netzarim (que divide a Faixa em duas) e o de Filadélfia, que liga Gaza ao Egito.

Este último é precisamente um dos pontos que também coloca Israel e o Egito em confronto, uma vez que o Estado judeu defende – de acordo com a última proposta – a manutenção de uma presença reduzida neste corredor, enquanto o Cairo pretende uma retirada total.

A visita de Blinken acontece numa semana em que as negociações sobre a trégua devem ser retomadas, e as reuniões que começaram na semana passada em Doha, nas quais os Estados Unidos apresentaram uma proposta para “fechar as brechas existentes” para chegar a um cessar-fogo, vão continuar.

A guerra em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 40 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.