O chefe da diplomacia da União Europeia (UE) defendeu hoje a “necessidade urgente” de acabar com a guerra na Faixa de Gaza, entre Israel e o grupo islamita Hamas, numa chamada com o primeiro-ministro da Palestina, Mohammed Mustafa.

“Importante chamada com o Primeiro-Ministro do Estado da Palestina, Mohammed Mustafa. Chegámos a acordo sobre a necessidade urgente de pôr termo à guerra em Gaza, reabrir a passagem de Rafah, prestar ajuda e iniciar a reconstrução”, escreveu o alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell, numa publicação na rede social X.

“A UE continuará a apoiar firmemente a Palestina na prestação de serviços aos palestinianos na Cisjordânia e em Gaza”, adiantou Josep Borrell.

Antes, o responsável tinha dado conta, também na mesma rede social, de uma conversa telefónica com o ministro das Relações Exteriores da Arábia Saudita, o príncipe Faisal bin Farhan Al Saud, durante a qual debateram como acabar com a guerra na Faixa de Gaza e alcançar “soluções sustentáveis”.

Borrell garantiu que vai continuar a “trabalhar para reduzir a tensão, seja no Levante ou no Mar Vermelho, em estreita cooperação com os parceiros árabes e todos os interessados na paz”.

As publicações surgem numa altura em que decorrem novas negociações de um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, mediadas pelos Estados Unidos, Qatar e Egito, quando as duas partes sinalizaram que os desafios para um acordo permanecem.

Nos últimos dias, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, esteve em Israel e no Egito no âmbito destas conversações.

Os encontros de Blinken no Egito, que faz fronteira com a Faixa de Gaza, e no Qatar, que acolhe alguns líderes do movimento islamita palestiniano Hamas no exílio, aconteceram depois de o chefe da diplomacia de Washington se ter reunido na segunda-feira com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e ter dito que o dirigente aceitou uma proposta dos Estados Unidos para colmatar as lacunas que separam Israel e o Hamas, ao qual apelou para seguir o mesmo exemplo.

A guerra entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Após o ataque do Hamas, Israel avançou com uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 40 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.