Os médicos que exercem na região de Lisboa e Vale do Tejo iniciam esta quarta-feira uma greve de dois dias. A paralisação, convocada pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM), encerra um conjunto de greves regionais que marcaram todo o mês de setembro. A greve de dois dias em LVT, a segunda este mês, abrange hospitais e centros de saúde que não foram afetados na paralisação dos dias 13 e 14.
Entre hoje e amanhã, quinta-feira, a greve do SIM vai afetar os centros hospitalares Lisboa Norte, Lisboa Central, Lisboa Ocidental, do Oeste, Médio Tejo e os hospitais Doutor Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), de Santarém, o Hospital Forças Armadas e o Hospital Prisional de Caxias.
O Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses Sul, o Instituto Português do Sangue e Transplantação e a Divisão de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (DICAD) da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo também estão abrangidos pela paralisação, assim como os Agrupamentos de Centro de Saúde (ACES) de Lisboa Norte, Lisboa Central, Ocidental e Oeiras, Amadora, Sintra, Oeste Norte, Oeste Sul, Médio Tejo e Lezíria.
O sindicato liderado por Roque da Cunha frisa que esta greve, tal como todas as outas, “visa fazer com que o governo dê uma resposta efetiva ao caderno reivindicativo sindical” e pedir o “urgente encerramento da atividade da mesa negocial”. O SIM pretende sobretudo que “seja apresentada pelos Ministros das Finanças e da Saúde uma proposta de grelha salarial que reponha a carreira das perdas acumuladas por força da erosão inflacionista da última década e que posicione com honra e justiça toda a classe médica, incluindo os médicos internos, na tabela remuneratória única da função pública”.
Apesar de terem iniciado as negociações ainda em 2022, volvidos mais de 16 meses, sindicatos e governo não chegaram a um acordo. Perante o braço de ferro, o Ministério da Saúde decidiu avançar unilateralmente com mudanças no Serviço Nacional de Saúde, aprovando a passagem das Unidades de Saúde Familiar (USF) de modelo A para B e o regime de dedicação plena.