Marco Galinha considera que a “Lusa é futuro de um projeto sério” e de “estabilidade para o jornalismo português”, no dia em que vendeu a sua participação na agência de notícias portuguesa. O Estado comprou 45,71% da participação da Global Media e da Páginas Civilizadas na Lusa por 2,49 milhões de euros, passando a deter 95,86% do capital da agência noticiosa.

“Acredito seriamente que a Lusa é o futuro de um projeto sério, forte, de estabilidade para o jornalismo português”, afirmou o gestor, após o fecho do negócio, adiantando que a agência de notícias “foi vendida, no caso da Global Media, a 20 vezes menos que o valor de custo”.

Ou seja, “em termos de capital próprio que vamos receber na Global Media são quase 20 vezes menos que o valor de custo”, referiu o empresário, acionista da dona do Diário de Notícias e acionista da Páginas Civilizadas.

“Mas acreditamos seriamente que a Lusa tem uma capacidade enorme, faz parte do futuro do jornalismo de excelência e essa foi a razão principal [da venda], porque eu sei que a Lusa é importante para todos os grupos de media para o projeto”, prosseguiu.

Marco Galinha sublinhou que “é muito importante manter um jornalismo saudável”. Após a assinatura dos contratos de venda, o também presidente do grupo Bel disse sair com “duas sensações”.

“Gostava de continuar como acionista, mas acredito seriamente que este projeto é muito importante para o jornalismo português e espero que os governantes e os responsáveis deste país, alguns deles também do passado, que sentiam isso, mas que não aplicavam (…) deem ferramentas importantes a esta casa” e que, acima de tudo, “respeitem os media”, referiu.

“Pela primeira vez eu sinto que a vontade de querer fazer a diferença, ninguém está aqui a mendigar, a pedir dinheiro”, referiu.

Em vez de quarto poder, Marco Galinha prefere apelidar os media de “pilar principal” da democracia.

“O jornalismo livre é a única garantia que um empresário tem para crescer um grupo económico, é a única garantia que um país tem de ter condições para as gerações vindouras”, reforçou. Por isso, quando se deixa os títulos de media morrerem e se limita a ler notícias das redes sociais “é sinal que nós entrámos na decadência e que já temos muito pouco a acrescentar”, rematou.