Mais profissionais devem abandonar o SNS e o país

Os sintomas de doença no Serviço Nacional de Saúde não são novos, mas vão-se agravando. Os baixos salários, a falta de condições de trabalho e de estabilidade e as dificuldades para progredir na carreira empurram os profissionais da saúde para a porta de saída do SNS. A emigração é a solução para muitos que procuram melhores oportunidades.

A falta de atractividade do Serviço Nacional de Saúde (SNS), alicerçada nos diversos problemas crónicos que o afligem, continua a custar-lhe profissionais de saúde. Muitos têm abandonado o sistema de saúde português para prosseguirem as suas carreiras no estrangeiro ou, então, noutras áreas. Na sequência da pandemia, que contribuiu de forma significativa para um maior desgaste destes profissionais, e perante um cenário de inflação e crise económica, a tendência de abandono do SNS não só vai manter-se como deverá agravar-se.

“Infelizmente, nem é uma crença, é uma certeza. Se nada se alterar, estes profissionais, muitos deles acreditando plenamente na missão e na importância do SNS, vão continuar a abandoná-lo por falta de condições, que leva a que, entre apreciar a missão do SNS e as suas próprias condições de vida e das suas famílias, optem por melhorar essas condições, uma vez que o SNS não lhes garante nem as condições financeiras, nem as condições técnicas para poderem exercer adequadamente as suas funções”, constata ao NOVO o bastonário da Ordem dos Farmacêuticos, Hélder Mota-Filipe. Este receio é partilhado por Ana Rita Cavaco, a bastonária da Ordem dos Enfermeiros, que traça um panorama particularmente gravoso já no próximo ano. “Não me admira que as pessoas estejam a abandonar o SNS. Em 2023 vamos ter uma grande surpresa. Vamos querer ter enfermeiros para trabalharem e não vamos ter, porque isto é um fenómeno mundial, com muito mais incidência nos países que não estão a ter nenhumas medidas de fixação dos profissionais, como é o nosso caso”, frisa.

Leia o artigo na íntegra na edição do NOVO que está, este sábado, dia 22 de Outubro, nas bancas.