Macau acusou hoje Taiwan de “distorcer os factos” depois de a ilha ter declarado, na quinta-feira, que o território do sul da China negou um visto a um funcionário taiwanês por não reconhecer o princípio Uma Só China.

O governo de Macau “manifesta o seu mais firme repúdio e oposição relativamente a Taiwan distorcer os factos e difamar” a região “sobre as disposições para a rotatividade do pessoal” na Delegação Económica e Cultural de Taipé em Macau, lê-se num comunicado.

Na quinta-feira, o Conselho de Assuntos Continentais de Taiwan (MAC) declarou que um funcionário do Ministério dos Negócios Estrangeiros taiwanês, que devia ser colocado na delegação de Macau, não obteve o visto depois de se ter recusado a assinar uma declaração em que reconhecia o princípio Uma Só China. O princípio é visto por Pequim como garantia de que Taiwan é parte de território chinês.

“O nosso lado não pode concordar [com esse princípio]”, reagiu em conferência de imprensa o porta-voz do MAC, Liang Wen-chieh, citado pelo Focus Taiwan, site em inglês da agência de notícias taiwanesa CNA.

Liang referiu que se Macau continuar a exigir a assinatura deste termo de compromisso, as autoridades taiwanesas “vão preparar-se para o pior”.

Uma vez que o lugar do funcionário se encontra vago, serviços relacionados com passaportes, certificados de entrada e saída e vistos têm de ser tratados através de marcações online e à distância, lamentou.

Informações fornecidas pelo MAC e divulgadas pelo Focus Taiwan dão conta que a delegação em Macau devia contar com oito funcionários taiwaneses provenientes de vários organismos governamentais.

“Restam apenas dois funcionários taiwaneses (…), além de 14 funcionários locais de Macau”, lê-se ainda no portal de notícias da CNA.

Na reação, o governo de Macau refere que, de acordo com a lei básica do território e as diretrizes para a ilha “traçadas pelo governo central após 1999, as instituições e o seu pessoal de Taiwan em Macau têm de cumprir o princípio” de Uma Só China. Nesse sentido, indica-se ainda na nota que é “totalmente legítimo e razoável” que o Governo exija à delegação e pessoal “que assinem um ‘termo de compromisso'”.

As autoridades de Macau notam, por fim, que o “problema atual do pessoal” da delegação “resulta das ações insistentes e irresponsáveis das autoridades de Taiwan”.