O debate entre Luís Montenegro e Paulo Raimundo, na RTP, só aqueceu quando o tema foi o período da troika e da geringonça. Com o presidente do PSD à distância, depois da polémica sobre quem iria debater com o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo recordou “os tempos sombrios da troika” para colar a AD ao corte de salários e pensões. “O PSD e o CDS foram os recordistas dos cortes de pensões” disse o secretário-geral dos comunistas.

Montenegro defendeu o governo liderado por Passos Coelho (na altura era líder parlamentar do PSD) com o argumento de que devolveu ao país “a autonomia para se poder financiar”. Em 2011, não havia “dinheiro para pagar nem salários, nem pensões. Havia mesmo a perspetiva de os pensionistas ficarem sem nada”.

E de seguida tentou colou o PCP aos governos liderados por António Costa. “Esteve unido ao Partido Socialista durante seis anos”, disse Montenegro, questionando Paulo Raimundo sobre se está satisfeito com os resultados da governação socialista. “Está a associar-se aos resultados da governação socialista na saúde, na habitação e na educação. Fica-lhe bem, porque, de facto, tem responsabilidades”, acrescentou.

Em resposta, o secretário-geral do PCP lembrou que os comunistas foram determinantes para “afastar o PSD e o CDS do governo”, em 2015, e acusou a AD de querer “retomar o processo interrompido” com a criação da geringonça.

“Retomar as privatizações… Retomar tudo aquilo que foi interrompido em 2015”, disse Raimundo, insistindo na ideia de que “quem concretizou o memorando da troika foi o PSD e o CDS”.

O líder dos comunistas tentou também colar o PSD aos socialistas, porque “o PS roubou as bandeiras fundamentais do PSD” e acusou Luís Montenegro de querer favorecer os “grandes grupos económicos” com a redução de impostos que consta no programa da AD.

O aumento das pensões foi um dos temas principais temas do debate. Montenegro voltou a comprometer-se com o aumento das pensões mais baixas. Paulo Raimundo lembrou que o PCP defende um aumento de 70 euros para todas as reformas e pensões. “O mesmo valor que atribuíram a benefícios fiscais a grupos económicos”, disse o candidato comunista. Montenegro garantiu que a proposta do PCP não é viável.