O debate do orçamento do Estado para 2024 está a decorrer na manhã desta quarta-feira, no Parlamento, já em jeito de pré-campanha eleitoral, com os deputados únicos do Livre e PAN a anunciarem já antecipadamente a abstenção.

“Num momento crucial queremos deixar bem claro a todas e todos os portugueses que renovamos este compromisso de servir as pessoas, os animais e a natureza, de servir as nossas causas, e por essa razão abstemo-nos neste orçamento”, anunciou Inês de Sousa Real.

Na sua intervenção, o líder do Chega disse que este “será o último dos últimos por muitos anos e décadas” do PS. Dirigindo-se a António Costa, Ventura disse que os seus oito anos de governação “estão hoje em julgamento” e defendeu que o PS “falhou em todas as áreas e todos os desígnios”, criticando a “máquina gordurosa e cada vez maior que vai sugando os impostos aos portugueses”.

André Ventura disse ainda, em relação a António Costa, que “provavelmente nem a sua mãe acredita em si”, recebendo noa repreensão do presidente da Assembleia da República. Numa intervenção em que citou o centrista Adelino Amaro da Costa e o social-democrata Francisco Sá Carneiro, o líder do Chega defendeu que o seu partido estará perante a “oportunidade de fazer um país diferente” na atual “situação caótica e garantiu que existe “o dever” de o Chega ser alternativa. “O Chega vai fazer a limpeza que Portugal há muito tempo precisa”, rematou.

Da parte da Iniciativa Liberal (IL), Rui costa  lembrou a demissão do primeiro-ministro, afirmando que não foi o último parágrafo do comunicado da PGR que levou Costa a demitir-se. “Não foi o parágrafo que escondeu 75 800 euros em notas na sua residência oficial”, ironizou Rui Rocha. Depois de atacar o governo, Rocha virou-se para André Ventura e ironizou: “O deputado Ventura, por exemplo, tornou-se moderado”.

Sempre em modo de pré-campanha eleitoral, cada bancada fez uma intervenção direcionada par o eleitorado que quer captar. O PCP encostou o PS à direita e reivindicou para si as conquistas da gerigonça.

Paula Santos, líder parlamentar do PCP, acusou o PS de ser “protagonista da política de direita” e alertou que o orçamento do Estado para 2024 de só interessar aos “grandes grupos económicos” e aos seus “chorudos lucros”. Paula Santos diz ainda que a proposta do Governo sobre o IUC (retirada, entretanto) só foi apresentada para “ocultar a convergência do PS com os partidos à sua direita para favorecer os grandes grupos económicos”.

Mariana Mortágua, do BE,  disse que o orçamento “já era fraco quando o Governo se dizia forte”, alegando que “a fraqueza deste OE não é ser defendido por um governo demissionário. Já era fraco quando o governo se dizia forte e é fraco porque escolhe remendos quando o país exige soluções”.

António Costa está sentado na bancada do Governo, a assistir ao debate, que será encerrado pelo ministro das Finanças, Fernando Medina. Este será o último debate do orçamento com Costa como primeiro-ministro. Marcelo já disse que na próxima semana assina decreto da sua demissão, entrando o governo em gestão.