A conselheira da Administração Interna de Barcelona anunciou a nomeação de novos diretor político e comissário-chefe dos Mossos d’Esquadra, respetivamente Josep Lluís Trapero e Miquel Esquius, depois da polémica com a fuga do ex-presidente catalão Carles Puigdemont.
O anterior comissário-chefe Eduard Sallent tinha ficado fragilizado com a fuga de Carles Puigdemont no passado dia 8 e a nomeação oficial dos novos dirigentes policiais acontecerá terça-feira, na reunião semanal do Governo.
Na sua primeira conferência de imprensa no cargo, a nova conselheira da Administração Interna de Barcelona, Núria Parlon, separou a destituição de Sallent dos “erros” na operação para deter Puigdemont.
“Uma etapa esgotou-se, abre-se um novo tempo, com novas lideranças”, destacou Parlon, insistindo na necessidade de “novas lideranças” e “novas formas de organizar” a estrutura de comando policial para “reverter” o aumento da criminalidade na Catalunha.
Sobre Miquel Esquius – que já liderou os Mossos entre 2018 e 2019, quando foi substituído justamente por Sallent –, Parlon afirmou que se espera que traga uma liderança “conciliadora e integradora”.
Segundo Parlon, Esquius tem um “alto conhecimento” do corpo dos Mossos e gera confiança nas instituições e tem “muito boa relação” com a magistratura, o Ministério Público, as entidades locais e os corpos estatais.
Puigdemont, exilado na Bélgica desde o processo frustrado de independência da Catalunha, em 2017, anunciou no início de agosto que regressaria a Espanha, depois de ter sido eleito para o parlamento catalão nas eleições regionais antecipadas, em que o seu partido, o Juntos pela Catalunha, ficou em segundo lugar, depois dos socialistas.
Puigdemont deu então como certo que seria detido quando regressasse a Espanha, onde tem um mandado de captura nacional, depois de não lhe ter sido aplicada a amnistia pelo crime de peculato.
Na capital catalã, o antigo presidente da Generalitat, caminhou pelas ruas, antes de subir a um palco para discursar perante milhares de apoiantes.
Após este momento, a polícia estava convencida de que Puigdemont e a sua comitiva se dirigiriam para o edifício do parlamento, mas o ex-governante desapareceu, no que os Mossos descreveram como “engano orquestrado”.
As autoridades montaram então um dispositivo nas estradas para procurar detê-lo, mas sem sucesso.