O líder parlamentar do PSD criticou, esta segunda-feira, o apelo do Chega para que os polícias compareçam no parlamento com o objetivo de protestar contra o governo e comparou o partido de André Ventura ao PCP e Bloco de Esquerda que usam “a rua como força de pressão”.
“É aqui que quero deixar claro que os extremos se tocam mesmo até nas questões de soberania: agora é o Chega a pedir às forças e serviços de segurança que se possam manifestar, que possam cercar o parlamento e ocupar as galerias do parlamento , num debate que é serio para as forças de segurança”, criticou Hugo Soares, na abertura das jornadas parlamentares do PSD, que se realizam entre hoje e terça-feira em Sintra.
O social-democrata considerou que o PSD tem mesmo razão quando diz que “a extrema-esquerda é igual à extrema-direita” e deixou uma farpa ao PS. “Nós nunca saltámos o muro, nem para um lado nem para o outro. O PS saltou em 2015 para o lado dos extremistas que apoiam a Rússia”, afirmou.
No domingo, o presidente do Chega, André Ventura, apelou a todos os polícias e forças de segurança para que “se mobilizem e compareçam no parlamento” na quinta-feira, data em que o seu partido levará a plenário vários projetos-lei, incluindo um que aplica o regime de atribuição do suplemento de missão de que já usufrui a Polícia Judiciária à Guarda Nacional Republicana, à Polícia de Segurança Pública e ao Corpo da Guarda Prisional.
“Governo foi até onde podia ir”, diz Hugo Soares
“Não há ninguém no PSD que não entenda que não foi uma injustiça e uma iniquidade gritante que o Governo do PS tenha aumentado o subsídio de risco da Polícia Judiciária e não olhado para as forças e serviços de segurança”, disse, acrescentando que “ainda hoje não foram explicados” os motivos desta opção.
No entanto, o líder parlamentar do PSD admitiu que os elementos das forças e serviços de segurança são muito mais do que os da Polícia Judiciária e, se o subsídio atribuído fosse o mesmo, o valor seria “astronomicamente diferente”.
“O Governo foi até onde podia ir, mas o partido de extrema-direita entende que é pouco e algumas associações que representam as forças de segurança também. Não sei se os elementos da PSP e GNR se reveem nas atitudes de associações e sindicato”, afirmou.