Os liberais do Renovar Europa rejeitaram quaisquer negociações entre Ursula von der Leyen e “políticos extremistas ou populistas” para a sua recondução como presidente da Comissão Europeia, a menos de duas semanas da votação, em plenário, em Estrasburgo.

Em comunicado, os liberais apresentaram as prioridades para a próxima legislatura e também as linhas vermelhas para apoiar a candidatura da Spitzenkandidat do Partido Popular Europeu.

O Renovar Europa rejeitou “qualquer acordo sobre a próxima presidente da Comissão Europeia que envolva políticos extremistas ou populistas”, pedindo também a implementação do Novo Pacto em Matéria de Migrações e Asilo e a transição ecológica, tal e qual como foram aprovados.

A posição surgiu a menos de duas semanas da votação por parte dos eurodeputados do nome de von der Leyen, durante a sessão em Estrasburgo que vai realizar-se entre 16 e 19 de julho.

Ursula von der Leyen estabeleceu como linhas vermelhas quaisquer forças políticas que sejam antieuropeístas, contra o apoio à Ucrânia e que tenha posições contrárias ao Estado de direito, mas os seus opositores, nomeadamente o Spitzenkandidat socialista Nicolas Schmit, consideraram que a antiga ministra da Defesa alemã não foi clara o suficiente.

A presidente reeleita do Renovar Europa, a francesa Valérie Hayer, já tinha dito que os liberais não apoiariam a candidatura de von ver Leyen se houvesse a hipótese de incluir nas negociações, por exemplo, os dois grupos que agregam a extrema-direita, que poderão passar a ser três.

Os Conservadores e Reformistas Europeus (ECR) concluíram na quarta-feira a integração de eurodeputados no grupo político, que agrega parte da extrema-direita, aumentando para 84 membros na legislatura que vai até 2029.

Em comunicado, o ECR deu conta de que, concluído o processo de integração de eurodeputados depois das eleições no início de junho, vai iniciar a legislatura com 84 eleitos, um crescimento em relação aos 62 eurodeputados com que o ECR iniciou a anterior, em 2019, e aos 69 que faziam parte desta família política antes das eleições para o Parlamento Europeu.

Depois do PPE e dos Socialistas e Democratas, o ECR é atualmente o terceiro grupo político com maior representação no hemiciclo europeu, tendo ultrapassado os liberais do Renovar a Europa, mas ainda é necessário fechar as contas para dar como certo que os conservadores têm mais eurodeputados.

O Parlamento Europeu tem de aprovar o nome da presidente da Comissão Europeia por maioria absoluta (metade de todos os eurodeputados mais um). Se o candidato não conseguir obter a aprovação do Parlamento Europeu, o Conselho Europeu tem de propor um novo candidato no prazo de um mês.