Kamala Harris pediu hoje aos membros da irmandade negra Zeta Phi Beta apoio para a sua candidatura às eleições presidenciais de novembro.
“Neste momento, acredito que enfrentamos uma escolha entre duas visões diferentes para a nossa nação, uma focada no futuro, a outra focada no passado”, disse Harris num discurso, três dias depois de lançar a sua candidatura à Casa Branca.
Os eleitores do Indiana não dão a vitória a um candidato presidencial democrata há quase 16 anos.
Por isso, Harris sabe que o apoio desta irmandade, reunida num encontro com cerca de seis mil pessoas, a maioria mulheres, pode ajudar a obter ganhos num eleitorado que ela espera que se reúna em grande número: as mulheres negras.
Kamala Harris, que concorre à nomeação do Partido Democrata, depois de, no domingo, Joe Biden ter abandonado a corrida presidencial – é uma mulher de ascendência negra e do sul da Ásia e aproveitou esse estatuto para falar a este grupo de mulheres no Indiana.
Num memorando divulgado hoje, a diretora de campanha de Harris, Jen O’Malley Dillon, apontou o apoio entre os eleitores femininos, não-brancos e mais jovens como fundamental para o sucesso eleitoral.
“Onde quer que a vice-presidente Harris vá, o entusiasmo popular segue-se”, escreveu O’Malley Dillon, reconhecendo que esta eleição presidencial será muito disputada.
Os democratas enfrentam vários desafios, uma vez que o país está a alimentar frustrações com os preços mais elevados na sequência de um aumento da inflação, enquanto o antigo presidente Donald Trump, o candidato republicano, sobreviveu a uma recente tentativa de assassinato que energizou ainda mais a sua já fiel base eleitoral.
Embora a campanha democrata continue a concentrar-se no que chama de estados da Muralha Azul de Michigan, Wisconsin e Pensilvânia para obter os 270 votos eleitorais necessários, Harris espera ser competitiva também na Carolina do Norte, Geórgia, Arizona e Nevada.
Trump tem geralmente mais apoio entre os eleitores brancos que não têm diploma universitário.
As diversas sondagens AP VoteCast revelam que este grupo representava 43% de todos os eleitores em 2020 e Trump venceu-os por uma margem de 62% a 37%, embora tenha perdido essa eleição nacional. Para os democratas, as mulheres negras podem vir a fazer uma diferença fundamental em novembro, e Harris já deu sinais de galvanizar o seu apoio.
Nas eleições de 2020, a AP VoteCast descobriu que as mulheres negras representavam apenas 7% do eleitorado, mas 93% desses eleitores votaram em Biden, ajudando-o a obter vitórias estreitas em estados como Michigan, Pensilvânia e Geórgia.
Depois de Harris ter anunciado a sua candidatura, cerca de 90 mil mulheres negras fizeram uma vídeochamada no domingo à noite para a sua sede de campanha, numa manifestação de apoio.