José Maria Ricciardi contou hoje em tribunal que Ricardo Salgado lhe pediu para “ser solidário com a família” e com a “falsificação das contas” no Grupo Espírito Santo (GES).
Na continuação da inquirição iniciada na quinta-feira no Juízo Central Criminal de Lisboa, o antigo presidente do Banco Espírito Santo Investimento começou a responder às perguntas dos assistentes no julgamento do caso BES/GES, revelando um jantar que teve em casa do primo e antigo presidente do BES, em junho de 2014, onde manifestou estranheza pela “simpatia exagerada” de Ricardo Salgado e da sua mulher, numa fase em que já não tinham boas relações e praticamente não se falavam.
“Percebi logo que alguma coisa se ia passar. Depois de jantar pediu-me para ir ao escritório dele e aí perguntou-me o que é que eu queria. E eu respondi que queria que o BESI pudesse ter mais capital para se desenvolver”, começou por explicar Ricciardi.
“Disse que ia fazer tudo para que o BESI pudesse ter mais capital. Mas disse que, para isso, era preciso que eu tivesse, por fim, alguma solidariedade com a família. E eu disse em quê, em relação à falsificação das contas? E ele respondeu que sim. Eu disse-lhe que não”.