Jogadores estrangeiros ilegais de clube de futebol da Guarda viviam em casas sobrelotadas
Pelo menos 24 jogadores estrangeiros ilegais de um clube de futebol local da Guarda viviam em condições precárias e sem receber salário. Esse clube, o seu presidente e quatro dirigentes, todos estrangeiros, foram constituídos arguidos pelo SEF por indícios dos crimes de auxílio à imigração ilegal e falsificação de documentos.
O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) investigava há algum tempo um clube de futebol local da Guarda. Na quarta-feira, 18 inspectores do SEF foram às instalações e executaram uma dezena de mandados de busca às casas dos dirigentes e às habitações onde o clube alegadamente aloja os jogadores de futebol. Estes são, na sua maioria, estrangeiros ilegais que viviam em “condições precárias de sobrelotação”, como frisou o SEF no comunicado divulgado um dia depois da inspecção ao local.
“O clube, a coberto de cartas-convite, na maioria apenas para prestação de provas, terá garantido a entrada de atletas no país. Os cidadãos eram, posteriormente, inscritos como profissionais, por forma a obterem a sua regularização em Portugal como trabalhadores subordinados, verificando-se não haver o correspondente pagamento salarial”, referiu o SEF no comunicado. Ou seja, os jogadores estrangeiros não recebiam salário.
Seriam ainda utilizados no mesmo esquema de angariação requerentes de vistos de estada temporária para exercício de actividade amadora, alegadamente obtidos com recurso a declarações falsas.
No decorrer da operação foi apreendida diversa documentação, relacionada com a entrada e permanência de cidadãos estrangeiros em território nacional, que prova a realização de contratos de trabalho de conveniência, assim como material informático e de comunicações.
O SEF acrescentou que foram ainda identificadas 34 pessoas, das quais 31 de nacionalidades estrangeiras, sobretudo oriundos de países sul-americanos.
Dos 34 identificados, 24 são atletas do clube, possuindo 21 deles nacionalidades de países terceiros. O SEF verificou que “na sua maioria, a permanência em território nacional não está regularizada”. A situação documental de todos merecerá agora uma análise cuidada desta polícia de imigração e fronteiras.