Joe Biden manifestou-se hoje “indignado”, mas “não surpreendido”, com a notícia da morte do opositor russo Alexei Navalny, pela qual responsabilizou o homólogo russo, Vladimir Putin.

“Não se deixem enganar: Putin é responsável pela morte de Navalny”, disse o chefe de Estado norte-americano, em declarações à imprensa na Casa Branca, frisando tratar-se de “mais uma prova da brutalidade de Putin”.

De acordo com o líder norte-americano, “Putin não visa apenas cidadãos de outros países, como temos visto o que está a acontecer na Ucrânia neste momento, mas ele também comete crimes terríveis contra o seu próprio povo”.

Biden, que admitiu ainda não saber exatamente os contornos da morte de Navalny, considera que o opositor russo foi como uma “voz poderosa pela verdade”, mesmo a partir da prisão.

Navalny “enfrentou corajosamente a corrupção, a violência e todas as coisas pérfidas que o Governo de Putin estava a fazer. Em resposta, Putin mandou envenená-lo, mandou prendê-lo, mandou processá-lo por crimes fabricados”, disse Biden.​​​​​​​

“Poderia ter vivido em segurança no exílio, depois da tentativa de assassínio contra si em 2020, que quase o matou. Em vez disso, regressou à Rússia, sabendo que provavelmente seria preso, talvez morto, se continuasse o seu trabalho. Mas fê-lo mesmo assim. Porque acreditava profundamente no seu país, na Rússia”, reforçou Joe Biden.

Face aos acontecimentos, Biden anunciou estar a avaliar “uma série de opções” para responder à morte do líder da oposição russa, mas não especificou se Washington irá impor mais sanções a Moscovo.

Em 2021, Biden já disse havia dito, após reunir-se com Putin em Genebra, que haveria “consequências devastadoras” para Moscovo se Navalny morresse na prisão.

Na conferência de imprensa de hoje, Biden aproveitou ainda para pressionar os republicanos da Câmara dos Representantes a aprovarem mais financiamento para a Ucrânia.

Os Estados Unidos têm de “fornecer financiamento para que a Ucrânia possa continuar a defender-se”, apelou. A falta de financiamento adicional “nunca será esquecida, o tempo está a passar”, acrescentou.

O opositor russo Alexei Navalny, um dos principais críticos de Vladimir Putin, morreu na prisão, segundo o serviço penitenciário federal da Rússia.

Navaly, 47 anos, estava numa prisão no Ártico, para cumprir uma pena de 19 anos de prisão sob “regime especial” e, segundo aqueles serviços, sentiu-se mal depois de uma caminhada e perdeu a consciência.

Até ao momento, a equipa de Navalny não confirmou esta informação, mas destacados dirigentes ocidentais e os apoiantes do opositor responsabilizam Vladimir Putin pela sua morte.