O cabeça de lista da CDU arrancou a campanha oficial com uma arruada na Amadora, em que pediu que se contrarie o “grande alheamento” da população relativamente às eleições europeias e se reforce a coligação. João Oliveira percorreu este segunda-feira de manhã o centro da Amadora numa arruada acompanhada por algumas dezenas de militantes da CDU, que entoaram cânticos como “CDU na Europa para defender Portugal” ou “CDU é um voto que defende a soberania”.
Durante o trajeto, em que esteve acompanhado pela dirigente do PEV Mariana Silva, João Oliveira cruzou-se com alguns cidadãos, pedindo-lhes que votem na coligação que integra o PCP e o PEV para garantir que há mais eurodeputados a “defender quem trabalha” e menos a apoiar “os bancos, as grandes empresas e as multinacionais”.
À porta de uma repartição da Carris Metropolitana, o “número um” da CDU trocou algumas palavras com um casal, que lhe pediu que tenha atenção ao tema da habitação, seja nas grandes cidades, seja também no interior do país.
“Os problemas da habitação são um tema de norte a sul do país”, reconheceu João Oliveira, salientando que o tema é precisamente “uma das questões que estão em discussão nestas eleições para o Parlamento Europeu”.
“A gente precisa que essas questões sejam resolvidas a nível nacional pelo governo, mas também é preciso no Parlamento Europeu quem se bata para que haja dinheiro para investir na habitação e para que não tenhamos o nosso Orçamento do Estado restringido na resposta que precisamos de encontrar”, afirmou.
A meio do trajeto, o candidato falou aos jornalistas para salientar que a campanha da CDU vai ser uma “campanha de esclarecimento, de informação sobre as opções que é preciso fazer” para Portugal ter uma “voz mais forte no Parlamento Europeu”.
“Não nos desviaremos em questões laterais e acessórias, nem faremos da campanha eleitoral o tempo das festas e festarolas. É objetivamente na discussão daquilo que está em causa que concentraremos as nossas atenções”, disse.
João Oliveira disse achar que “tem havido um grande alheamento para as eleições para o Parlamento Europeu” e defendeu que “é preciso contrariá-lo”, em particular focando a campanha na “as razões fortes do que está em causa”.
“Nós não queremos o reforço da CDU para nos engalanarmos com ele, queremos o reforço da CDU para que a voz em defesa do povo e do país seja efetivamente mais forte e permita apontar um caminho diferente para o nosso futuro coletivo”, afirmou.
Apesar de não querer estabelecer “objetivos quantitativos” para estas eleições, João Oliveira disse estar confiante nesse reforço e recusou fazer comparações com as eleições regionais na Madeira, um dia depois de a coligação ter perdido a representação parlamentar no arquipélago.
“São eleições distintas, a comparação manifestamente não é possível fazer, desde logo considerando que na Madeira há até uma força política regional [JPP] que nem sequer concorre às europeias e que foi até a força política que mais cresceu”, disse.
No final do trajeto, João Oliveira fez um curto discurso no Parque Delfim Guimarães, em que defendeu que é preciso fazer das eleições europeias “um momento de viragem nas dificuldades e nos problemas que o país e o povo enfrentam”.
“Há quem nesta campanha eleitoral queira fazer das eleições para o Parlamento Europeu algo de distante e desligado da realidade das pessoas e da vida nacional. É exatamente o contrário: estas eleições têm tudo que ver com a nossa vida do dia-a-dia”, afirmou, apelando à mobilização dos militantes nas próximas duas semanas de campanha.