João Galamba foi constituído arguido no âmbito das investigações à exploração de lítio em Montalegre, que culminaram numa série de buscas esta manhã, incluindo ao gabinete de António Costa.
O ministro das Infraestruturas está a ser investigado por causa dos contratos feitos para a exploração de lítio em Montalegre e do megaprojeto do hidrogénio verde, em Sines, confirmou a Procuradoria-Geral da República, em janeiro deste ano.
“Nunca fui ouvido sobre esse processo absurdo, exatamente porque é absurdo e vazio”, explicou João Galamba, na altura, em declarações ao Público.
Em causa estão suspeitas de tráfico de influências e corrupção por alegado favorecimento ao consórcio composto pela EDP, Galp e REN e aos responsáveis pela exploração do lítio e do hidrogénio. Recorde-se que João Galamba era, à altura destes contratos, secretário de Estado do Ambiente, antes de ter transitado para o Ministério das Infraestruturas.
O governo assinou com a Lusorecursos Portugal Lithium, em março de 2019, um contrato de concessão para a exploração de lítio em Montalegre. A empresa foi constituída três dias antes da assinatura do contrato, que vincula o Estado durante 20 anos. Na altura, a Associação Montalegre com Vida interpôs uma ação administrativa para anular a concessão.
Buscas na residência oficial do primeiro-ministro
A PSP está a realizar várias buscas esta manhã relacionadas com os negócios da exploração de lítio em Montalegre.
A residência oficial de António Costa foi um dos alvos das buscas. O chefe de gabinete do primeiro-ministro foi detido, assim como Diogo Lacerda Machado, consultor próximo de Costa, Nuno Mascarenhas, presidente da Câmara de Sines, e dois executivos de empresas não identificadas.
As buscas da PSP também incluem os ministérios do Ambiente e das Infraestruturas. O Público avança que Duarte Cordeiro, ministro do Ambiente, João Galamba, ministro das Infraestruturas, e João Pedro Matos Fernandes, antigo ministro do Ambiente, deverão ser constituídos arguidos.
As buscas na residência oficial de António Costa abrangem outro gabinete além do de Vítor Escária.