João Galamba declarou que está disponível para esclarecer qualquer dúvida que haja a respeito do desempenho das suas funções governativas. O ministro das Infraestruturas, no comunicado em que informa do seu pedido de demissão, divulgado esta segunda-feira, revela que já prestou declarações no processo perante o Ministério Público, alegadamente no dia em que terá sido constituído arguido no processo.
[Estou ] “totalmente disponível para esclarecer qualquer dúvida que haja a respeito do desempenho das minhas funções governativas, tendo já manifestado em sede do processo judicial em curso a minha total disponibilidade para colaborar em tudo o que se entenda por necessário, nomeadamente através das minhas declarações no processo”.
Fica assim esclarecido que João Galamba já tinha conhecimento das investigações em curso e que já prestou declarações.
Entretanto, os indícios apontados pelo Ministério Público podem agora estar atenuados relativamente a João Galamba, pois o despacho de indiciação do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) pode conter uma gafe, idêntica à confusão que, numa escuta telefónica, o MP terá feito entre o primeiro-ministro, António Costa, e o ministro da Economia, António Costa Silva.
Segundo avança o Expresso, no documento é referido que João Galamba é suspeito de ter aprovado, em 2022, uma portaria com contributos dados por advogados ligados à Start Campus, em benefício desta, mas a portaria referida pelo Ministério Público não tem nada que ver com o projeto do centro de dados.
A portaria em causa iria permitir à Start Campus utilizar o terreno da central de hidrogénio em Sines, explorado pela REN, para passar cabos de fibra. Porém, ao que parece, essa portaria não está relacionada com o projeto do data center, mas antes com o uso de antigas centrais termoelétricas.