JMJ: Protecção Civil garante que meios de combate a incêndios não serão desviados

Evento terá um dispositivo de protecção e socorro “distinto e separado” dos fogos. O dispositivo especial que a ANEPC montou para a JMJ vai começar na segunda-feira com cerca de 800 operacionais e termina a 10 de Agosto.

A Protecção Civil garantiu esta sexta-feira que não vai existir desvio de meios do combate aos incêndios florestais para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que terá um dispositivo de protecção e socorro “distinto e separado” dos fogos.

“Os dispositivos são separados”, disse o comandante nacional de emergência e protecção civil, André Fernandes, em entrevista à agência Lusa, sobre o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios a Rurais (DECIR), que está no nível máximo de empenhamento, e os meios da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil (ANEPC) mobilizados para a JMJ.

André Fernandes explicou que os meios alocados ao DECIR, que conta actualmente com cerca de 14.000 operacionais de diferentes entidades, são “independentes” e “diferentes” do efectivo mobilizado para a JMJ.

“Não há aqui uma transição de meios de um lado para outro, são dispositivos independentes. Em caso de necessidade, podem, obviamente, dar apoio um ao outro, mas não é isso que nós prevemos”, disse.

O comandante nacional assegurou que são dispositivos “completamente diferentes e distintos”, estando cada um empenhado nas suas áreas de actuação.

“Cada um tem a sua missão e especificidade e, portanto, não há aqui problema de um dispositivo tirar meios a outro”, frisou, acrescentando que o DECIR “já está instalado” e o outro dispositivo vai ser “instalado com missões que não concorrem uma com a outra e são separados.

O dispositivo especial de protecção e socorro que a ANEPC montou para a JMJ vai começar na segunda-feira com cerca de 800 operacionais e termina a 10 de Agosto. Terá diferentes níveis de empenhamento de meios ao atingir a capacidade máxima nos dias 05 e 6 de Agosto com 2.500 bombeiros e 640 veículos.

André Fernandes disse que a ANEPC não tem receios, estando a Protecção Civil a trabalhar perante vários cenários e o pior deles seria um acidente com várias vítimas.

“É aquilo que não queremos que aconteça, isso [acidente com várias vítimas] será sempre o pior cenário, porque socorrer muita gente ao mesmo tempo acaba sempre por ser um desafio”, afirmou, dando alguns conselhos aos peregrinos, nomeadamente que tenham atenção à condução e que evitem desidratações ou insolações.

André Fernandes recomendou aos motoristas dos milhares de autocarros para que cumpram com os tempos de descanso para “evitar e minimizar ao máximo aquilo que são os acidentes rodoviários”, que é uma das preocupações da ANEPC, seguida dos eventuais danos provocados pelo calor e sol.

“A hidratação é importante. É importante que as pessoas se hidratem para evitar os golpes de calor e as desidratações ou insolações”, disse.

O mesmo responsável disse também ser “expectável que o maior número de ocorrências que vão existir é no âmbito da emergência pré-hospitalar ou emergência médica”.

Questionado sobre as comunicações de emergência e numa eventual falha, André Fernandes afirmou que “há um reforço” e “um plano próprio”.

“Naquilo que são as comunicações de emergência, temos os backups e os próprios planos que prevêem e minimizam ao máximo a falta de comunicações. Não é expectável que existam e, se existir algum engarrafamento na rede, temos os planos de apoio e de reforço às comunicações de emergência”, garantiu.

O comandante nacional afirmou que a JMJ, que vai contar com milhares de peregrinos e com a visita do Papa Francisco a Lisboa e Fátima na primeira semana de Agosto, é o maior evento que se vai realizar em Portugal, sendo o plano da ANEPC tratado nessa perspectiva e feito com base na orientação e coordenação do Sistema de Segurança Interna.