O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz, anunciou hoje ter declarado António Guterres, secretário-geral da ONU, persona non grata no país, criticando-o por não ter condenado o ataque massivo do Irão a Israel na noite de terça-feira.
“Qualquer pessoa que não possa condenar inequivocamente o ataque hediondo do Irão a Israel não merece pôr os pés em solo israelita. Estamos a lidar com um secretário-geral anti-Israel, que apoia terroristas, violadores e assassinos”, disse Katz num comunicado.
Terça-feira, Guterres condenou o alargamento do conflito no Médio Oriente “com escalada após escalada” e apelou a um cessar-fogo imediato após o Irão atacar Israel com mísseis.
“Condeno o alargamento do conflito no Médio Oriente com escalada após escalada. Isso deve parar. Precisamos absolutamente de um cessar-fogo”, frisou o secretário-geral da ONU, através da rede social X.
I condemn the broadening of the Middle East conflict with escalation after escalation.
— António Guterres (@antonioguterres) October 1, 2024
This must stop.
We absolutely need a ceasefire.
A publicação de Guterres surgiu pouco depois do início de um ataque com mísseis do Irão contra Israel.
“Em resposta ao martírio de Haniye, de Hassan Nasrallah e do mártir Nilforushan, atacámos o coração dos territórios ocupados”, declarou a Guarda Revolucionária do Irão num comunicado divulgado pela agência noticiosa estatal ISNA.
Este anúncio iraniano surgiu depois de o Exército israelita ter informado que tinham sido disparados mísseis do Irão, pouco depois das 19h30 locais (menos duas horas em Lisboa), e ordenado à população para procurar abrigo.
Guterres já se tinha manifestado “extremamente preocupado” com a escalada do conflito no Líbano, pedindo respeito pela “soberania e integridade territorial” deste país, horas depois de as Forças de Defesa de Israel terem iniciado uma ofensiva terrestre para deter a ameaça da milícia xiita Hezbollah, cujo líder, Hassan Nasrallah, foi morto na sexta-feira num bombardeamento israelita em Beirute.