As Forças Armadas de Israel confirmaram hoje ter realizado um “ataque direcionado” em Beirute, capital do Líbano, visando o comandante do Hezbollah alegadamente responsável por um ataque contra território israelita em que morreram 12 crianças.

“As IDF realizaram um ataque direcionado contra o comandante responsável pelo assassínio das crianças em Majdal Shams e pela morte de muitos outros civis israelitas”, refere comunicado das IDF, remetendo para mais tarde informações adicionais.

Fontes locais citadas pelas agências internacionais no Líbano relataram uma explosão nos subúrbios a sul de Beirute conhecidos como Dahye, um importante bastião do Hezbollah.

Fonte próxima do Hezbollah noticiou este ataque israelita no, três dias depois de um ataque mortal nos Montes Golãs, atribuído ao grupo xiita libanês.

“Israel atacou os subúrbios a sul de Beirute”, um bastião do Hezbollah, disse uma fonte do movimento xiita, enquanto as agências noticiosas internacionais relatam depoimentos de testemunhas que ouviram um forte estrondo e uma nuvem de fumo.

Do lado de Israel, um comunicado militar assegura que nada se alterou em relação ao plano israelita face ao Hezbollah.

“Não há alterações nas diretivas do comando central”, afirma um comunicado militar israelita sobre o ataque em Beirute, dirigido a um comandante do Hezbollah, cuja identidade não foi revelada.

Israel prometeu responder “duramente” a este ataque provocado pelo impacto de um rocket carregado com 50 quilos de explosivos – fabricado no Irão e que só aparece no arsenal do Hezbollah, segundo Israel –, que atingiu um campo de futebol onde crianças e adolescentes brincavam, matando 12, todos entre os 10 e os 16 anos, enquanto outros 16 menores feridos neste ataque continuam hospitalizados, sete deles em estado grave.

“A resposta chegará em breve e será dura”, tinha avisado o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, na segunda-feira, durante uma visita a Majdal Shams, uma cidade drusa nos Montes Golãs ocupados por Israel desde 1967.

Nessa visita, Netanyahu terá recebido luz verde do seu gabinete de segurança para decidir o momento e a forma do ataque de retaliação contra o Hezbollah.

O gabinete do primeiro-ministro divulgou uma fotografia de Netanyahu, reunido com a liderança militar e com o seu conselheiro de segurança, Tzagi Hanegbi, na qual é visto a receber um telefonema, mas sem fornecer mais informações.

Esta manhã, Israel tinha atacado já dez alvos do Hezbollah em várias regiões do Líbano, matando outro combatente do grupo; enquanto a milícia xiita lançou várias rajadas de rockets em direção ao norte, matando um civil israelita.

A fronteira entre Israel e o Líbano tem vivido desde outubro uma intensa troca de tiros, que custou a vida a mais de 560 pessoas, a maioria do lado libanês e nas fileiras do Hezbollah, que confirmou cerca de 355 vítimas, algumas na Síria, além de cem civis.

Em Israel, morreram 46 pessoas no norte: 22 militares (cinco em acidentes operacionais) e 25 civis, incluindo 12 crianças e adolescentes no ataque de Majdal Shams e outro hoje.