O coordenador da Iniciativa Liberal nos Açores, Nuno Barata, disse hoje que o sentido de voto no Programa do Governo está dependente de o documento respeitar as “linhas vermelhas” do partido.

“A coligação PSD/CDS/PPM sabe perfeitamente quais são as nossas linhas vermelhas. Se essas linhas vermelhas estiverem garantidas que não são ultrapassadas, quer no Programa do Governo, quer no primeiro Orçamento da Região, a Iniciativa Liberal está cá para assumir as suas responsabilidades, na certeza, porém, de que os Açores precisam nos próximos anos de estabilidade e de governabilidade”, afirmou, à saída de uma audição com o representante da República para a Região Autónoma dos Açores, Pedro Catarino.

A coligação PSD/CDS/PPM venceu as eleições regionais, no dia 04, com 43,56% dos votos, mas elegeu 26 dos 57 deputados da Assembleia Legislativa, precisando de mais três para ter maioria absoluta.

O PS, que elegeu 23 deputados, e o Bloco de Esquerda, que elegeu um, já anunciaram que votarão contra um Programa do Governo da coligação, enquanto o Chega, que elegeu cinco, fez depender o seu voto do conteúdo do documento e da composição do executivo.

O dirigente da Iniciativa Liberal transmitiu hoje ao representante da República que “deve ser o partido mais votado”, neste caso a coligação PSD/CDS/PPM, a formar governo. Quanto à estabilidade do executivo, está nas mãos da coligação e de outros partidos, alegou Nuno Barata.

“Se este governo quiser, essa será uma legislatura de quatro anos, mas é este governo que tem de querer e neste momento depende pouco da Iniciativa Liberal, depende muito mais da maioria do governo e de outros partidos”, vincou.

O coordenador da Iniciativa Liberal disse que não teve “qualquer tipo de contacto” com os partidos da coligação, mas que eles “sabem quais são as linhas vermelhas da Iniciativa Liberal”.