O diretor político do Presidente húngaro reiterou esta quinta-feira a oposição aos nomes propostos para as instituições europeias, especificamente Ursula von der Leyen, insistindo que tal contraria a necessidade de mudança expressa nas eleições deste mês.

Falando aos jornalistas enquanto decorre uma reunião do Conselho Europeu, Balázs Orbán, o diretor político do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, sustentou que o país é contra os nomes que estão a ser apresentados para principais cargos da União Europeia (UE).

Estão a ser ponderados para os cargos – apelidados “Top Jobs”, no jargão europeu – Ursula von der Leyen para presidente da Comissão Europeia, António Costa para presidir ao Conselho Europeu e a primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, para alta-representante para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança. O nome de Roberta Metsola para presidente do Parlamento Europeu (PE) também está a ser ponderado, mas tem de ser escolhido em sufrágio pelos eurodeputados.

Balázs Orbán disse especificamente que a Hungria está contra os nomes de Ursula von der Leyen e Roberta Metsola, mas não referiu o de António Costa. “Somos contra por não haver um sinal da mudança que é pedida. Não vamos apoiar um segundo mandato de Ursula von der Leyen”, acrescentou, repetindo as declarações já feitas pelo primeiro-ministro húngaro.

Balázs Orbán advogou que as instituições europeias precisavam de uma mudança e que essa necessidade foi expressa pelos eleitores nas europeias que se realizaram entre 6 e 9 de junho nos 27 Estados-membros.

Para a Hungria, sustentou o diretor político de Orbán, Ursula von der Leyen tem uma presidência da Comissão “muito geopolítica” e com uma “agenda própria”.

Questionado sobre a possibilidade de ser criado um terceiro grupo político no PE com os partidos de direita que não querem fazer parte dos Conservadores e Reformistas Europeus (ECR), e do Identidade e Democracia (ID), Balázs Orbán disse que tal “ainda é possível até ao dia 1 de julho”, data limite.

No entanto, o deputado húngaro referiu que não contariam com eurodeputados das delegações italiana e francesa de direita radical, e recusou incluir os alemães da AfD (extrema-direita).