O líder parlamentar do PSD acusou, na abertura das jornadas parlamentares, PS e Chega de quererem “nivelar a sociedade por baixo” para fazerem crescer o seu eleitorado através do aumento da dependência do Estado.
“O PS e o Chega querem mesmo nivelar a sociedade por baixo, entendem que é na base da dependência do Estado que podem fazer crescer as suas clientelas eleitorais”, acusou.
Hugo Soares garantiu que o PSD tem “uma visão diferente”: “Dar ferramentas às pessoas para serem felizes e eles depois escolhem em quem querem votar, não fazemos depender o nosso eleitorado do apoio do Estado, mas da consciência e liberdade individual de cada um”, disse.
Hugo Soares criticou o parlamento por ter rejeitado a redução de IRS proposta pelo Governo, insistindo que quem ganha 1.200 ou até 2.000 euros por mês “não é rico, é a classe média em Portugal que precisa de ser desafogada da carga fiscal”.
O líder parlamentar do PSD recorreu à ironia para questionar o tema do agendamento parlamentar do PS, na quarta-feira, que vai apresentar uma recomendação ao Governo para que aprove o Plano Ferroviário Nacional.
“A política em Portugal atingiu um estado de paradoxo nunca antes visto. Então mas quem é que tutelou as Infraestruturas nos últimos anos se não o secretário-geral do PS, o dr. Pedro Nuno Santos? O que é que o dr. Pedro Nuno Santos esteve a fazer no Governo?”, questionou, considerando que este agendamento é “mais uma tremenda confissão de culpa do falhanço da governação do PS”.
Hugo Soares aproveitou a realização das jornadas parlamentares do PSD em Sintra, na “cintura da Área Metropolitana de Lisboa”. para voltar a justificar as críticas do partido ao diploma do PS já aprovado no parlamento que elimina as portagens de algumas SCUT.
“Por princípios de sustentabilidade ambiental, financeira mas também por princípios de coesão territorial, aquilo que defendíamos era uma redução efetiva de portagens em todo o território nacional – com uma discriminação positiva dos territórios de baixa densidade -, mas sem esquecer as populações que vivem nas cinturas urbanas de Lisboa e do Porto”, frisou.
Numas jornadas dedicadas a preparar o debate do estado da Nação, marcado para dia 17 de julho no parlamento, o líder parlamentar do PSD enumerou algumas das medidas já aprovadas pelo executivo em cerca de três meses em funções, como o aumento do Complemento Solidário para Idosos ou o plano de emergência para a saúde.
“Dizem que esta é uma legislatura atípica onde o foco do debate político está no parlamento (…) Não vai ser por falta de apoio e de iniciativa, mas – habituem-se – também não vai ser por falta de combate no parlamento que este Governo não vai cumprir o seu programa”, assegurou, no final da sua intervenção.
O presidente do PSD e primeiro-ministro, Luís Montenegro, encerra as jornadas parlamentares na terça-feira, pela hora de almoço.