Habitação domina primeiro debate entre candidatos a Lisboa

Primeiro debate entre candidatos à câmara de Lisboa dominado pelos problemas de habitação. Fernando Medina admitiu que não cumpriu promessa. Carlos Moedas acusou o autarca socialista de ter falhado e foi confrontado com a previsão da Iniciativa Liberal de que vai ter um mau resultado. João Ferreira aproveitou para manifestar abertura para uma coligação com os socialistas.

A habitação dominou o primeiro debate entre os candidatos à câmara de Lisboa. Sete candidatos discutiram durante mais de uma hora, na SIC, nesta quinta-feira à noite, os principais problemas da cidade e uma das novidades foi a abertura manifestada pelo PCP para uma coligação a seguir às eleições autárquicas.

Fernando Medina foi confrontado com as promessas feitas, há quatro anos, de lançar um programa com rendas acessíveis. Carlos Moedas lembrou que o PS não cumpriu a promessa de disponibilizar seis mil casas. “O programa de renda acessível falhou. Disse que ia fazer seis mil e não fez”, disse o candidato da coligação liderada pelo PSD.

Moedas garantiu ainda há pessoas a viver em “situações desumanas” nos bairros municipais “sem eletricidade e sem janelas”.

Medina admitiu que não conseguiu cumprir essa promessa. “Gostaria de ter sido mais rápido”, assegurou o presidente da câmara de Lisboa e recandidato, garantindo que essa falha está relacionada com a atuação do Tribunal de Contas.

O debate começou com o caso dos ativistas russos. Carlos Moedas aproveitou para reafirmar que Fernando Medina devia ter apresentado a demissão perante uma “situação gravíssima”. O socialista garantiu que assumiu as responsabilidades “desde a primeira hora”.

João Ferreira esteve particularmente ativo e deixou a garantia que está disponível para uma aliança com o PS a seguir às eleições. A CDU já teve “responsabilidades políticas em Lisboa e gostaria de voltar a ter”, disse o candidato comunista. Medina lembrou que no último mandato “não tiveram porque entenderam não ter”.

Beatriz Gomes Dias elegeu a habitação como uma das principais prioridades e criticou o PS por querer envolver os privados nas soluções para aumentar o número de casas com rendas acessíveis.

Bruno Horta Soares, candidato da Iniciativa Liberal, definiu com objetivo eleger o “primeiro vereador liberal” e antecipou que Carlos Moedas vai ter “um mau resultado e Rui Rio vai demitir-se”. Manuel Gonzaga, do PAN, defendeu o fim das touradas em Lisboa e uma cidade preparada para os nossos desafios impostos pelas alterações climáticas.

Nuno Graciano, candidato do Chega, definiu como prioridade combater a corrupção em Lisboa e garantiu que na campanha eleitoral está a conhecer “outra Lisboa cheia de problemas”.