Os Medicamentos Genéricos (MG) estão no mercado português há pouco mais de vinte anos, com resultados comprovados – dados recentes da Associação Portuguesa de Medicamentos Genéricos e Biossimilares apontam para uma poupança superior a 7 mil milhões de euros ao Estado e às Famílias Portuguesas, desde 2003. Os MG demonstram a sua importância já no presente, mas têm potencial para acentuar ainda mais o seu impacto num futuro próximo.

Depois de um natural período de adaptação e de resposta a questões de profissionais de saúde e de doentes, já poucos têm dúvidas do papel central destes medicamentos no setor da saúde, permitindo mais acesso a doentes e contribuindo para a necessária sustentabilidade do nosso sistema de saúde.

O trajeto entre 2003 e 2023 foi claramente positivo, havendo agora a necessidade de pensar no futuro dos medicamentos genéricos, pensando sobretudo nos próximos vinte anos. Diria que o futuro, tendo desafios, tem tudo para ser risonho. Para as companhias, para o SNS e sobretudo para os doentes, o centro de qualquer atividade em saúde.

Até 2043, ou seja, nos próximos 20 anos, é necessário eliminar qualquer dúvida no que toca à facilidade na produção e disponibilização destes medicamentos. A criação de um genérico envolve um processo complexo de investigação e inovação, com o tempo, dedicação e custos inerentes, pelo que quem se dedica à sua criação merece reconhecimento.

Outro ponto para ser trabalhado no futuro é a sensibilização junto dos Profissionais de Saúde, que embora estejam bastante mais informados do que há 20 anos, precisam de ser atualizados conforme a indústria se vai reinventando. Os medicamentos genéricos têm uma evolução natural que deve ser passada a quem os receita e dispensa. Aqui, os Farmacêuticos têm também um papel a desempenhar, numa perspetiva da sustentabilidade dos preços praticados, sendo eles quem acompanha os utentes de uma forma próxima na fase pós-prescrição.

Nos últimos 20 anos, os Medicamentos Genéricos tornaram-se centrais para os ecossistemas de saúde e a sua importância nos próximos 20 anos vai certamente aumentar. Com eles, também os Medicamentos Biossimilares evoluirão no mesmo sentido, já que permitem o acesso a terapêuticas seguras, eficazes e mais sustentáveis. A temática da sustentabilidade é passado, presente e tem ainda muito futuro pela frente.

Luís Abrantes, CEO e Administrador Delegado da Generis