Equipas médicas do Crescente Vermelho palestiniano retiraram, este domingo, 31 bebés prematuros do hospital de Al Shifa, na Faixa de Gaza. A operação teve a coordenação da Organização Mundial de Saúde (OMS) e das Nações Unidas.

“31 bebés muito doentes foram retirados do hospital, juntamente com seis profissionais de saúde e 10 familiares”, confirmou na rede social X (antigo Twitter) Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.

De acordo com o responsável, os bebés foram transportados em seis ambulâncias do Crescente Vermelho e transferidos para a unidade de cuidados intensivos neonatal do hospital Emirates, em Rafah.

Num comunicado divulgado na noite de sábado, a OMS anunciou ter efetuado uma missão no hospital Al Shifa, alvo de ataques do exército israelita, adiantando que estava a promover um plano de retirada do estabelecimento que qualificou de “zona de morte”, numa altura em que ainda se encontravam 291 doentes (incluindo os 31 bebés).

Segundo o exército israelita, que na manhã de quarta-feira efetuou uma incursão no hospital Al Shifa, este edifício alberga um complexo do Hamas, que estará instalado numa rede de túneis, uma alegação desmentia pelo movimento islamita palestiniano.

Nos últimos dias, cercou o local e efetuou várias incursões limitadas às suas instalações, nas quais afirma ter descoberto armas e um túnel utilizado pelo Hamas.

A Faixa de Gaza está submetida a um cerco total por Israel desde 9 de outubro, com a população privada do fornecimento de água, eletricidade, alimentos e medicamentos. Uma parte desta população refugiou-se no sul, perto da fronteira egípcia, mas centenas de milhares permanecem no meio dos combates, no norte do enclave. Segundo diversas organizações não-governamentais (ONG), a situação é desastrosa para a população.

Na Faixa de Gaza, onde Israel afirma pretender “aniquilar” o Hamas, os bombardeamentos israelitas em represália pelo ataque de 7 de outubro já provocaram a morte de mais de 16 mil pessoas, na maioria civis, incluindo cerca de 5 mil crianças, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.

De acordo as autoridades israelitas, cerca de 1.200 pessoas foram mortas em Israel no ataque do Hamas em 7 de outubro, incluindo cerca de 300 militares e polícias. Um relatório divulgado este domingo pela imprensa hebraica dá mais pormenores sobre o ataque do Hamas: helicópteros militares israelitas dispararam contra milicianos do Hamas e também contra civis que participavam no festival de música atacado pelo grupo islamita.