Gabriel Attal revelou que tenciona demitir-se do cargo de primeiro-ministros, depois de a Nova Frente Popular ter vencido a segunda volta das eleições legislativas em França.

“Entregarei a minha demissão ao Presidente da República amanhã de manhã”, anunciou Gabriel Attal, afirmando que poderá permanecer no cargo “enquanto o dever o exigir”, nomeadamente no contexto dos Jogos Olímpicos que o país se prepara para acolher.

“Assumirei obviamente as minhas funções durante o tempo que o dever exigir”, referiu numa intervenção na residência oficial do primeiro-ministro, depois de as projeções avançarem a Nova Frente Popular com 172 a 215 deputados, enquanto o Juntos, de Emmanuel Macron, poderá contar com 150 a 180 lugares, à frente da União Nacional, com entre 115 e 155 deputados eleitos.

O responsável aproveitou para “felicitar os 577 deputados eleitos”.

“Não escolhi esta dissolução, mas recusei-me a submeter-me. Decidimos lutar. Alertei para o risco de uma maioria absoluta da França Insubmissa ou da União Nacional e para o risco de desaparecimento do nosso movimento. Estes três riscos foram afastados pelos franceses. Devemos isso a este espírito francês, apegado aos seus valores”, argumentou.

O centro “está vivo e de boa saúde” graças à “determinação” dos seus representantes, sublinhou Attal, notando que o movimento Juntos que apoia terá “três vezes mais deputados do que as estimativas sugeridas no início desta campanha”.

Na primeira volta, em 30 de junho, a União Nacional conseguiu vencer pela primeira vez as eleições legislativas em França, ao obter 33,1% dos votos e quase duplicar o seu apoio desde que as últimas eleições, em 2022.

Seguiu-se a aliança de esquerda Nova Frente Popular – que junta socialistas, ecologistas e comunistas e é liderada pela França Insubmissa, partido de esquerda radical de Jean-Luc Mélenchon –, com 28%. O Juntos, de Emmanuel Macron, obteve 20%.

As legislativas francesas foram convocadas por Macron após a derrota do seu partido e a acentuada subida da União Nacional nas eleições para o Parlamento Europeu de 9 de junho. A escolha de um novo executivo deveria ocorrer apenas em 2027.