O Ministério dos Negócios Estrangeiros francês defendeu hoje que a “única solução possível” para o conflito israelo-palestiniano é a solução de dois Estados e que o reconhecimento do Estado da Palestina deve resultar de um processo de negociação.

Esta posição foi manifestada hoje por Anne-Claire Legendre, Anne-Claire Legendre, quando questionada sobre o possível reconhecimento unilateral espanhol da Palestina, conforme admitiu, na semana passada, Pedro Sánchez. Espanha pode avançar para o reconhecimento de forma unilateral a Palestina, caso os restantes parceiros europeus não se decidam por um reconhecimento coordenado.

A porta-voz sublinhou a vontade francesa de “contribuir para uma perspetiva política” que inclua uma solução de dois Estados.

O Ministério recordou que a França tem defendido historicamente a existência de dois Estados, porque a aspiração de Israel a viver em paz e segurança é legítima, tanto como a dos palestinianos a ter um Estado independente.

“O que nos interessa agora é relançar uma lógica de negociação e, evidentemente, um reconhecimento da Palestina só poderia acontecer neste contexto”, acrescentou.

A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês referiu-se à mobilização do seu país nesta crise com uma estratégia baseada nos pilares de domínio humanitário, de segurança e político.

No domínio humanitário, o objetivo é prolongar o acordo de trégua para permitir a libertação de todos os reféns e facilitar a entrada de ajuda para a população palestiniana em Gaza, na esperança de que isso possa conduzir a um cessar-fogo.

No domínio da segurança, a União Europeia está a trabalhar no sentido de combater o financiamento e a propaganda de grupos terroristas, incluindo o reforço de sanções contra o Hamas e seus dirigentes.

A França apelou também a Israel para que ponha fim aos atos violentos dos colonos contra a população palestiniana na Cisjordânia.

O país condenou a nova atribuição de 100 milhões de euros pelo governo israelita para prosseguir com a construção de colónias na Cisjordânia, uma vez que “a colonização compromete a solução de dois Estados”.