Fernando Madureira admitiu aos juízes do Tribunal da Relação do Porto que vivia à custa dos Super Dragões, que decidiram manter o antigo líder da claque em prisão preventiva, escreve o Jornal de Notícias (acesso pago).

Os juízes que têm em mãos a Operação Pretoriano acreditam que a claque azul e branca esteve por trás dos desacatos ocorridos na Assembleia Geral Extraordinária do FC Porto, em novembro do ano passado, com o objetivo de ver aprovados os novos estatutos, que permitiriam um financiamento direto do clube, aumentando esta fonte de rendimento da claque.

“Das declarações prestadas pelo arguido Fernando Madureira ao juiz de instrução criminal resulta que a sua avultada fonte de rendimentos está relacionada com a venda de bens, os quais classificou de produtos de merchandising, tendo sido apreendida uma quantia monetária avultada (41.820 euros), a qual se [encontrava] escondida na casa dos arguidos Fernando e Sandra Madureira”, argumentaram os magistrados, citados pelo Jornal de Notícias, para fundamentar a crença de que Fernando Madureira esteve por trás dos tumultos da Assembleia Geral, acrescentando que existe nos autos uma “solidez probatória” da prática dos crimes.

Recorde-se que Fernando Madureira recorreu da medida de coação a que está sujeito – prisão preventiva –, mas o pedido foi recusado pela Relação do Porto, que lembrou que o antigo líder dos Super Dragões “inflama ódios” contra quem esteve contra a anterior direção, liderada por Pinto da Costa.

“O seu espírito ativista e persecutório, fomentando com aparente facilidade atos de violência física e verbal, mesmo publicamente, denotam uma perigosidade que, à data da prolação da decisão recorrida, suscitam justificado receio de perturbação do decurso do inquérito ou da instrução do processo”, escreveram os juízes, novamente citados pelo Jornal de Notícias.

Também Sandra Madureira recorreu à Relação do Porto da sua medida de coação. A mulher de Fernando Madureira e antiga vice-presidente dos Super Dragões considera que a proibição de frequentar as instalações da claque era desproporcional e desnecessária, mas os juízes entenderam em sentido contrário, justificando que Sandra Madureira também participou na criação do clima de intimidação na Assembleia Geral Extraordinário de novembro passado, com vista a defender os “interesses financeiros pessoais e dos Super Dragões.