Fenprof: “Se pudéssemos votar, votaríamos contra” a proposta de OE para 2022

Secretário-geral da Federação Nacional dos Professores defende que documento orçamental não explica “porque é que todos os anos se gasta menos do que aquilo que se prevê”.

O secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof) assumiu, esta segunda-feira, que o sindicato chumbaria a proposta de Orçamento do Estado para 2022 se pudesse fazê-lo, numa conferência de imprensa em que criticou a proposta apresentada pelo Governo relativamente à educação. “Num orçamento deste tipo, sinceramente, a apreciação que nós fazemos é que, se pudéssemos votar, votaríamos contra”, declarou Mário Nogueira.

Aos jornalistas, o sindicalista negou mesmo que o aumento previsto no OE2022 – subida de 21,2% para 3124,8 milhões de euros da dotação da despesa total consolidada para ciência, tecnologia e ensino superior – seja real, uma vez que o relatório da proposta compara o valor orçamentado para 2022 com as estimativas para 2021. “Mas sem explicar porque é que todos os anos se gasta menos do que aquilo que se prevê”, apontou.

As críticas da Fenprof foram então detalhadas por Pedro Oliveira, do departamento do ensino superior da Fenprof: “Como o ministério compara aquilo que inscreve para executar com aquilo que foi executado no ano anterior, dá esse aumento, mas na prática, como nos anos passados, esses aumentos que são previstos não se realizam porque foi sempre executado muito menos do que estava inscrito e o ministro nunca o justificou.”

Perante este cenário, o sindicato considera que o cenário só tem vindo a piorar. “Quando a estagnação é uma coisa que dura muitos anos, estamos a falar de agravamento de problemas”, declarou Pedro Oliveira.