A Federação Nacional dos Médicos (Fnam) acusa o ministro da Saúde de “agravar o caos” no Serviço Nacional de Saúde e garante que o acordo intercalar não ajuda a fixar e recuperar médicos.
Em comunicado, a Fnam afirma que Manuel Pizarro “falhou ao SNS, aos médicos e aos utentes”. O governo “escuda-se no facto de estar em gestão para não assumir as suas responsabilidades, mas não lhe falta legitimidade para se desdobrar em inaugurações apressadas em cada esquina”, acrescenta.
“Continuamos com dezenas de serviços de urgência encerrados de norte a sul do país”, afirma, no mesmo comunicado, a Fnam, alertando que, “além das unidades encerradas, há ainda aquelas que estão a funcionar abaixo dos parâmetros definidos pela Ordem dos Médicos, insuficientes para dar uma efetiva assistência à população”.
“Com um mau acordo e com um novo regime de trabalho, a dedicação plena, que fere princípios básicos da Constituição, o ministério da Saúde vai ser incapaz de fixar e recuperar médicos para o SNS. Manuel Pizarro prefere, ao invés, gerar dúvidas falaciosas sobre a aplicabilidade de eventuais tabelas remuneratórias, procurando criar ruído para desviar do foco as evidentes insuficiências do SNS, depauperado de médicos”, acusa.
E esclarece que “todos os médicos, sindicalizados ou não, terão os seus salários aumentados em janeiro. Cada vez que o Manuel Pizarro insiste no contrário é confrangedor, porque revela, além do despeito pelos médicos, um profundo desconhecimento da Lei que garante que para trabalho igual, salário igual”.