O ex-ministro da Economia e Finanças guineense Suleimane Seidi e o ex-secretário de Estado do Tesouro António Monteiro, acusados de corrupção, vão começar a ser julgados na próxima segunda-feira, disseram esta quinta-feira à Lusa fontes da defesa.
O julgamento dos dois ex-governantes deve iniciar-se às 11:00 (mesma hora em Lisboa) no Tribunal da Relação em Bissau (tendo em conta as suas funções), na presença de delegados do Ministério Público, de advogados de defesa de ambos e dos próprios acusados.
De acordo com os advogados, Suleimane Seidi e António Monteiro são acusados, de forma solidária, da prática de crimes de abuso do poder, violação de normas de execução orçamental, peculato e fraude fiscal.
António Monteiro é ainda acusado, de forma isolada, do crime de participação económica.
Os advogados de defesa disseram à Lusa que apresentaram um recurso contra as acusações do Ministério Público e ainda não obtiveram resposta.
Os dois ex-governantes vão responder por estes crimes por terem mandado pagar o correspondente a nove milhões de euros de dívidas a 11 empresários, num processo que o Ministério Público e o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, consideraram tratar-se de corrupção.
Suleimane Seidi e António Monteiro estavam na direção do Ministério da Economia e Finanças enquanto membros do Governo da coligação Plataforma Aliança Inclusiva (PAI-Terra Ranka), liderada pelo Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
Os dois ex-governantes foram detidos no dia 30 de novembro, após uma audição no Ministério Público.
Horas depois foram retirados à força das celas da Polícia Judiciária por um grupo de agentes da Guarda Nacional que os conduziu para o seu aquartelamento. A ação motivou trocas de tiros com elementos da Guarda Presidencial e mais tarde com elementos da Polícia Militar.
Nas primeiras horas do dia 01 de dezembro, Seidi e Monteiro foram reconduzidos às celas da PJ em Bissau.
Umaro Sissoco Embaló considerou tratar-se de uma tentativa de golpe de Estado, tendo, de seguida, dissolvido o parlamento e demitido o Governo do PAI-Terra Ranka, formando um executivo de iniciativa presidencial.
Os dois ex-governantes estão em prisão preventiva desde novembro.