Os militares norte-americanos terminaram a instalação de um cais flutuante para a Faixa de Gaza, com os funcionários prontos para começar a transportar a ajuda humanitária para o enclave. Joe Biden ordenou a construção da estrutura há dois meses.

Sabrina Singh, porta-voz do Pentágono, disse aos jornalistas que o projeto vai custar pelo menos 320 milhões de dólares, incluindo o transporte do equipamento e das secções do cais dos Estados Unidos para a costa de Gaza, bem como a construção e as operações de entrega.

O cais flutuante destina-se ao envio de alimentos e outros abastecimentos básicos que não conseguem chegar ao enclave, sobretudo depois de Israel ter imposto o controlo militar do posto fronteiriço de Rafah que liga Gaza ao Egito.

A instalação do cais que está agora ancorado na praia foi adiada por quase duas semanas devido ao mau tempo e ao mar alto. As condições marítimas tornaram “demasiado perigosa” para as tropas norte-americanas e israelitas a fixação do passadiço à costa.

De acordo com a Associated Press, os carregamentos vão ser depositados numa instalação portuária construída pelos israelitas a sudoeste da cidade de Gaza e depois distribuídos por grupos humanitários.  As tropas norte-americanas não vão aceder a Gaza, disseram as autoridades dos Estados Unidos.

Os grupos de ajuda vão recolher os mantimentos, armazenados previamente no Chipre, para distribuição em terra, com a ONU a trabalhar em conjunto com a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional com vista a instalar um centro logístico na praia.

Os violentos combates entre as tropas israelitas e forças palestinianas nos arredores de Rafah provocaram a deslocação de cerca de 600 mil pessoas, um quarto da população de Gaza, segundo as autoridades da ONU e mais de 100 mil civis fugiram de várias partes do norte de Gaza.

A Administração norte-americana informou que os combates em Gaza não estavam a ameaçar a nova área de distribuição de ajuda costeira, mas deixaram claro que as condições de segurança vão ser “monitorizadas de perto”. O local já foi alvo de tiros de morteiro durante a construção.

A “proteção das forças norte-americanas que participam [na construção da estrutura] é uma prioridade máxima”, disse Brad Cooper, vice-almirante da Marinha de Guerra dos Estados Unidos. “Nas últimas semanas, os Estados Unidos e Israel desenvolveram um plano de segurança integrado para proteger todo o pessoal que está a trabalhar no local”.

As tropas norte-americanas ancoraram o cais hoje de manhã, informou o Comando Central das Forças Armadas dos Estados Unidos em comunicado sublinhando que os militares dos Estados Unidos não entraram na Faixa de Gaza.

“As Nações Unidas vão receber a ajuda e depois coordenar a distribuição em Gaza”, frisa o documentou que não especifica qual a agência da ONU que vai estar envolvida nas operações de entrega.

 As agências de ajuda humanitária afirmam que estão a ficar sem alimentos no sul de Gaza e que o combustível está a escassear, o que obriga os hospitais a suspender operações cirúrgicas e a suspenderem as entregas de ajuda por camião.