O governo espanhol defendeu a independência do Tribunal Penal Internacional (TPI), que solicitou mandados de captura contra Benjamin Netanyahu e líderes do Hamas. O Ministério dos Negócios Estrangeiros disse que “a Espanha reitera o seu compromisso” com o TPI “e com a sua independência e imparcialidade”.

“O seu trabalho crucial deve ser realizado livremente e sem interferência”, sublinhou a diplomacia espanhola, numa mensagem publicada na rede social X.

O procurador do TPI, Karim Khan, solicitou na segunda-feira mandados de captura contra o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, e o seu ministro da Defesa, Yoav Gallant, bem como contra três líderes do Hamas: Yahya Sinwar, Ismail Haniyeh e Mohamed Deif.

Khan pediu aos juízes do TPI permissão para emitir mandados de captura contra estes cinco dirigentes por alegados crimes de guerra durante os ataques do Hamas de 7 de outubro, em solo israelita, que deixou acima de 1.100 mortos e cerca de 250 pessoas levadas como reféns, e a subsequente ofensiva israelita na Faixa de Gaza.

Em retaliação, Israel empreendeu desde então uma ofensiva em grande escala no território palestiniano, que já fez mais de 35 mil mortos, na maioria civis, segundo o governo do Hamas, e provocou uma grave crise humanitária. Entre os crimes pelos quais o procurador-geral responsabiliza os dois responsáveis israelitas estão o uso da fome como “método de guerra” contra civis e o “assassinato intencional”, enquanto responsabiliza os líderes do Hamas pela morte de centenas de civis israelitas.

Israel não faz parte do Tribunal Penal Internacional, tal como os Estados Unidos, pelo que não é obrigado a seguir as suas ordens. No entanto, todos os países da União Europeia ratificaram o Estatuto de Roma, pelo que, se as ordens forem emitidas, o governante israelita não poderá atravessar as fronteiras europeias.