A Nova Frente Popular chegou finalmente a acordo sobre o nome a apresentar a Emmanuel Macron para liderar o governo em França, avança a imprensa francesa. Trata-se de Lucie Castets, diretora de finanças e compras da câmara municipal de Paris, figura pouco conhecida do público francês.

Lucie Castets revelou à AFP ter aceitado a indicação da Nova Frente Popular “com toda a humildade, mas com muita convicção”, acrescentado que considera ser uma candidata a primeira-ministra “credível e séria”.

“Acredito que sou uma candidata credível e séria para um presidente que valoriza os perfis técnicos”, afirmou a candidata a primeira-ministra.

No entanto, apesar do consenso alcançado pelos partidos que compuseram a Nova Frente Popular, Emmanuel Macron não está inclinado em dar posse ao novo governo, considerando que não é o nome de Lucie Castets que “está em causa”.

“A questão não é o nome dado por um grupo político”, explicou, em entrevista à France 2, acrescentando que “seria errado dizer que a Nova Frente Popular tem uma maioria de qualquer tipo”.

“A questão é saber que maioria pode ser encontrada na Assembleia para que um governo francês possa aprovar reformas, aprovar um orçamento e fazer avançar o país”, continuou, dando o exemplo de André Chassaigne, candidato da Nova Frente Popular a presidente da Assembleia Nacional, que perdeu a eleição para Yaël Braun-Pivet, do partido de Macron.

Macron revelou que o atual governo, liderado pelo demissionário Gabriel Attal, continuará em funções, limitadas, até meados de agosto, por considerar que o país não se encontra “em condições de poder alterar a situação, porque criaria a desordem”. Macron lembrou a “trégua política” que pediu que vigorasse durante os Jogos Olímpicos.

Emmanuel Macron recusou, novamente, demitir-se, em caso de impasse político, depois de empossar o novo governo francês: “O povo francês deu-me um mandato. Pediu-o uma segunda vez. Confiaram-mo pela segunda vez e assumi-lo-eu na sua plenitude”, garantiu.

O presidente francês sublinhou que o seu objetivo é a “estabilidade para o país” e voltou a defender a dissolução da Assembleia Nacional, no seguimento do resultado das eleições europeias, acrescentando que não espera ter de voltar a fazê-lo, dentro de um ano, quando voltar a ter a plenitude dos seus poderes constitucionais.

“Se as forças que conseguem assegurar a maioria quiserem estabilidade, não haverá dissolução”, asseverou.

Macron aproveitou para apelar aos partidos para que “estejam à altura do momento e das responsabilidades que o povo francês lhes atribuiu”, o que significa “sair do óbvio” e “saber fazer compromissos”.