A candidata democrata à presidência dos EUA, Kamala Harris, vai iniciar na noite de terça-feira um périplo pelos sete estados-chave das eleições, depois de divulgar o nome do seu candidato a vice-Presidente.

Segundo fontes de campanha, Harris iniciará a digressão com o seu candidato a vice-Presidente após a oficialização da sua nomeação como candidata democrata, o que deverá acontecer ainda hoje, depois de na sexta-feira ter obtido o número mínimo de delegados necessários para ser indigitada.

Com este procedimento, resta à atual vice-Presidente dos EUA anunciar quem será o seu companheiro de candidatura, algo que parece estar a ser decidido entre o senador do Arizona, Mark Kelly, o governador da Pensilvânia, Josh Shapiro, e o governador do Minnesota, Tim Walz.

Na tarde de terça-feira, Harris e o seu candidato a vice-Presidente iniciarão uma digressão que começará no mesmo dia em Filadélfia (Pensilvânia) e continuará em Eau Claire (Wisconsin), Detroit (Michigan), Durham (Carolina do Norte), Savannah (Geórgia), Phoenix (Arizona) e Las Vegas (Nevada).

“Esta visita permitirá à vice-Presidente e ao seu companheiro de candidatura falar diretamente com os eleitores nas suas comunidades e expor o contraste entre a nossa fórmula e a de (Donald) Trump”, candidato republicano, explicou uma fonte democrata.

Esta maratona de comícios e encontros com eleitores vai focar-se na zona tradicionalmente mais favorável para o Partido Republicano, no centro-oeste e nos estados do sul.

Com o abandono do Presidente dos EUA, Joe Biden, à reeleição e o apoio maioritário do Partido Democrata a Harris, a atual vice-Presidente conseguiu reduzir significativamente a vantagem nas sondagens que o republicano Donald Trump tinha na maioria dos estados decisivos.

O Partido Democrata anunciou na sexta-feira que Harris garantiu a candidatura pelos democratas às eleições presidenciais de novembro, depois de ter obtido o apoio, numa votação ‘online’, mais de metade dos delegados que haviam sido eleitos nas primárias em todos os estados do país.

Harris, de 59 anos, é a primeira mulher negra com raízes indianas nomeada como candidata à presidência dos Estados Unidos.

“Tenho orgulho em confirmar que a vice-presidente Harris obteve uma maioria superior dos votos dos delegados da convenção e será a candidata democrata após o encerramento da votação na segunda-feira”, frisou o presidente do Comité Nacional Democrata (DNC, na sigla em inglês), Jaime Harrison , numa mensagem interna.

A opção virtual deste ano deveu-se ao prazo imposto pelo Estado do Ohio para colocar o nome do candidato democrata nos boletins de voto, 07 de agosto, sendo que a convenção só vai arrancar a 19 deste mês. Esta “chamada virtual” já estava prevista para Joe Biden, não se devendo às circunstâncias inéditas da nomeação de Harris.

Após a nomeação de Kamala Harris estar confirmada, é esperada a sua escolha para vice-presidente – que a democrata disse anteriormente ainda não estar finalizada.

Durante a convenção em Chicago, que decorrerá de 19 a 22 de agosto, haverá uma chamada cerimoniosa para assinalar a nomeação, emulando o estilo festivo de nomeações anteriores.

O anúncio surgiu depois de a campanha ter dito anteriormente que tinha angariado 310 milhões de dólares no mês passado, uma soma surpreendente que mostra que os doadores que antes pareciam assustados com as perspetivas para a eleição de novembro com o Presidente Joe Biden, estão agora a oferecer grandes quantias de dinheiro para impulsionar a sua ‘número 2’.

A angariação de Harris, do Comité Nacional Democrata e de entidades afiliadas ultrapassou em muito Donald Trump, cuja campanha e vários comités disseram ter angariado 138,7 milhões de dólares em julho.