As mesas de votação para as sextas eleições autárquicas de Moçambique começaram esta quarta-feira a abrir pouco depois das 07:00 (06:00 em Lisboa), com afluência de eleitores às urnas, constatou a Lusa.

Na assembleia de voto constituída na Escola Secundária Josina Machel, no centro de Maputo, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, foi mesmo o primeiro a votar, precisamente às 07:00.

A votação para escolher os autarcas dos 65 municípios vai decorrer até às 18:00 (17:00 em Lisboa), num dia normal de trabalho no país e com o presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE) a apelar aos eleitores para que não fiquem nas assembleias de voto, após a votação.

“Depois de votar afaste-se da assembleia de voto e continue com os seus afazeres, aguardando pacientemente pelo anúncio dos resultados pelas entidades competentes. Nas mesas de assembleia de voto estão lá os representantes – delegados de candidatura e MMVS [Membros das Mesas de Voto] -, das listas que votamos precisamente para zelar pelos nossos interesses”, pediu o presidente da CNE, Carlos Simão Matsinhe.

De acordo com dados do recenseamento eleitoral, estão inscritos 8.723.805 eleitores em todos os distritos do país com autarquias locais e 4.817.712 eleitores nas circunscrições com autarquias locais.

Estas sextas eleições autárquicas contam com mais de 20.311 observadores nacionais e pelo menos 80 internacionais, das missões diplomáticas acreditadas em Moçambique, além de mais de 866 jornalistas e 364 delegados de candidatura, de acordo com dados oficiais.

Os eleitores moçambicanos são chamados a escolher 65 novos presidentes dos Conselhos Municipais e eleitos às Assembleias Municipais, incluindo em 12 novas autarquias aprovadas por Conselho de Ministros em outubro de 2022, que se juntam a 53 já existentes, num total de 1.747 membros a eleger.

Moçambique está a iniciar um novo ciclo eleitoral, que além das autárquicas, prevê eleições gerais em 09 de outubro de 2024, nomeadamente com a escolha do novo Presidente do país, cargo ao qual o atual chefe de Estado, Filipe Nyusi, já não pode, constitucionalmente, candidatar-se.

Concorrem às eleições autárquicas mais de 11.500 candidatos de 11 partidos políticos, três coligações de partidos e oito grupos de cidadãos, tendo a CNE determinado 1.486 Locais de Constituição e Funcionamento das Assembleias de Voto e 6.875 mesas de Assembleia de Voto.

Nas eleições autárquicas de 2018, a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder) venceu em 44 das 53 autarquias e a oposição em apenas nove, a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) em oito e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) em uma.

Estas eleições deverão custar 9,7 mil milhões de meticais (138 milhões de euros), indicou a CNE.