O presidente do PSD, Luís Montenegro considerou este domingo que, em resultado da governação do PS nos últimos oito anos, “o Estado social atingiu o seu pior momento desde o 25 de Abril”.
Luís Montenegro discursava num comício em Coimbra em que acusou o PS de estar fechado à sociedade, achando-se autossuficiente, e prometeu, se formar Governo, manter a abertura a independentes da coligação Aliança Democrática (AD).
“Foi com um Governo de esquerda, aliás, um, não três governos de esquerdas seguidos que o Estado social atingiu o seu pior momento desde o 25 de Abril. Foi exatamente agora que o Serviço Nacional de Saúde (SNS), que a escola pública, que as políticas públicas da habitação, da cultura, do desporto atingiram o seu pior momento”, declarou.
Segundo Luís Montenegro, os serviços públicos pioraram “porque a conceção socialista é entender que o Estado consegue resolver tudo por si, o PS confunde o Estado com o partido e o partido com o Estado, e isso não mobiliza as forças da sociedade”.
“Nós temos de mobilizar as forças da sociedade”, defendeu, num almoço comício na Escola Básica Eugénio de Castro, em que de acordo com a organização estavam presentes cerca de 1.500 pessoas.
O presidente do PSD assinalou que era “o primeiro filiado partidário a usar da palavra” neste comício, depois do presidente da Câmara Municipal de Coimbra, José Manuel Silva, antigo bastonário da Ordem dos Médicos, do ex-dirigente do CDS-PP Adolfo Mesquita Nunes e da cabeça de lista da AD neste distrito, a advogada Rita Júdice.
Luís Montenegro apresentou a AD como uma coligação entre PSD, CDS-PP e PPM que “junta os melhores quadros que os partidos políticos têm, e têm muitos”, mas “junta a isso aquilo que a sociedade tem de melhor”.
“É esse o espírito da AD e vai ser esse o espírito do próximo Governo de Portugal”, acrescentou.
O presidente do PSD elogiou Rita Júdice pela “simpatia, empatia, conhecimento, lucidez, vontade de acrescentar, competência e muita serenidade” e disse que é isso que é necessário “para levar o país para a frente”.
Depois, sustentou que “o melhor que o PS tem para apresentar em termos de renovação é o próprio PS, aquilo que o PS tem é a vontade de continuar a ser o PS, é o PS mais o PS”, sem contar “com as pessoas, com a sociedade”.
“Ainda não perceberam que quanto mais afunilarem no PS, quanto mais fechados estiverem no PS, menos capacidade têm para alavancar a sociedade?”, interrogou.
“O PS acha que a única sucessão possível para si próprio é o próprio PS. Mas nós não achamos. Nós estamos na oposição e não achamos que somos autossuficientes, não, nós precisamos das portuguesas e dos portugueses”, contrapôs, concluindo que neste ponto “a diferença é mesmo total” entre as duas forças.
Nesta intervenção, Luís Montenegro reiterou que a AD se compromete a “numa legislatura aumentar em 50% o valor que o Orçamento do Estado dedica à cultura”, quer “valorizar o ensino das artes, do teatro, do cinema, da música, das artes plásticas nos primeiros ciclos de ensino” e criar “uma lei do mecenato cultural”.
“A cultura será também uma trave-mestra e uma nova política pública ligada à escola, ligada ao ensino superior, liada à academia, ligada às empresas, ligada ao movimento associativo, ligada à sociedade”, afirmou.