Com a polémica instalada em torno da legitimidade dos resultados eleitorais na Venezuela e de uma série de manifestações de vários chefes de Estado em torno da necessidade de comprovar a veracidade do escrutínio, Nicolás Maduro lançou agora uma série de ameaças que podem colocar em risco a já débil economia venezuelana.

Em retaliação àquilo que o presidente da Venezuela considera ser uma ingerência estrangeira, Nicolás Maduro afirmou que o Governo que lidera está a estudar a opção de expropriar projetos de exploração petrolífera dos EUA no país e cedê-los a países aliados como China, Rússia, Índia ou Brasil.

“Essas pessoas do norte e os seus associados no mundo estão a cometer o erro das suas vidas. Essas explorações de petróleo e gás que já foram assinados vão passar para os nossos aliados do BRICS”, defendeu Maduro, citado pela imprensa local

Esta ameaça contém um problema real para o grande projecto de Maduro, conseguir o despertar de uma indústria petrolífera afundada por anos de hiperinflação, má gestão da empresa petrolífera estatal, baixo investimento, infraestruturas em mau estado e sanções.

Especialistas apontam que as empresas ocidentais são a chave do sucesso para um certo despertar da economia em torno do petróleo no país. A Venezuela foi um verdadeiro titã do petróleo, com cerca de 3,3 milhões de barris por dia produzidos naquela que foi considerada a sua época dourada.

A Venezuela estava a passar por uma fase de renascimento na produção de petróleo. Apesar das sanções aplicadas pelos Estados Unidos, tem sido este país a contribuir para um aumento da produção.

As reservas venezuelanas estavam calculadas num número superior a 300 mil milhões de barris, um número que colocava este país na liderança mundial. Contudo a indústria passou por um grande declínio levando a uma redução da produção para menos de um milhão de barris por dia, longe dos 3,5 milhões de barris por dia que já teve.

O El Economista refere que o regresso do investimento estrangeiro pode levar a que a produção petrolífera da Venezuela volte a um milhão de barris por dia, algo que não acontece há mais de cinco anos, devido a fatores como as sanções, corrupção e má gestão.