Dois agentes da PSP do Porto estiveram presentes na Assembleia Geral do FC Porto de 13 de novembro, escreve o Correio da Manhã (acesso pago). Ambos são sócios do clube azul e branco, estavam de folga no dia de reunião e são testemunhas no processo da Operação Pretoriano.

Os dois agentes contaram às autoridades que alertaram a Mesa da Assembleia Geral do FC Porto para a iminência de desacatos e cenas de violência nas bancadas. Um deles garantiu ter ouvido as ameaças proferidas por Vítor Catão contra os jornalistas e as equipas da polícia e avisou Fernando Madureira que, com a violência, não conseguiria o resultado pretendido na assembleia geral. Segundo o chefe da PSP, o líder dos Super Dragões ter-lhe-á dito que iria começar à “porrada”.

O diário escreve também que havia quatro magistrados no Dragão Arena, também eles sócios do FC Porto e fora de funções. Assistiram às cenas de violência e participaram os crimes, podendo vir a ser chamados em sede de julgamento.

Segundo o Correio da Manhã, houve nove pessoas que apresentaram queixa por agressões durante a Assembleia Geral Extraordinária do FC Porto, o que faz com que todos os arguidos respondam por nove crimes de ofensas corporais, em coautoria. Cada um destes crimes é punível até cinco anos de prisão.

Pedro Miguel Vieira, juiz de instrução do processo da Operação Pretoriano, escreveu, no despacho a que o NOVO teve acesso, não ter ficado convencido pelas justificações dadas pelos arguidos, acrescentando que alguns terão mentido. Fernando Madureira terá desvalorizado os incidentes, considerando-os normais e comparáveis a um jogo entre o FC Porto e o Benfica.

O juiz de instrução aponta ao sentimento de impunidade no seio dos Super Dragões que, aponta, estariam a preparar-se para o manter o clima de tensão e intimidação até à realização das eleições, previstas para abril, ainda sem data marcada.  Foi com base nisto que Pedro Miguel Vieira decidiu por colocar Fernando Madureira, Vítor Catão e Hugo Carneiro em prisão preventiva, por terem tido um papel de liderança nos desacatos vividos no Dragão Arena.