Dino D’Santiago vai celebrar dez anos de “EVA”, o primeiro disco que editou a solo, com dois espetáculos, em novembro, em Lisboa, e em dezembro, no Porto, onde irá tocar o álbum na íntegra.

A celebração dos dez anos de “EVA” está marcada para 24 de novembro, no Tivoli, em Lisboa, e 6 de dezembro, na Casa da Música, no Porto.

Dino D’Santiago garante que serão “duas noites únicas e especiais”, em que irá celebrar o álbum “com um olhar sobre o passado, presente e futuro” do artista.

“EVA” será apresentado na íntegra, com o músico a dar “novas roupagens” a temas como “Nos Tradison”, “Pensa na Oji”, “Ka bu Txora” e “Djonsinho Cabral”, tema original dos Tubarões. Nos dois espetáculos, será exibida, em estreia, a curta-metragem documental “Eva, onti y oji”, de Chris Costa, que “vai transportar o público para os locais e pessoas que inspiraram a criação do álbum, em 2013”.

A Arruada recorda que “EVA” é um álbum dedicado à sobrinha de Dino D’Santiago, Eva, que é a personagem principal da curta-metragem.

Antes de “EVA”, em 2008, Dino D’Santiago tinha editado “Eu e os meus”, mas enquanto Dino and The Soul Motion. Já como Dino D’Santiago, o cantor editou “Mundu Nôbu” (2018), “Kriola” (2020) e “Badiu” (2021).

Em “Badiu”, Dino D’Santiago enaltece, mais do que nunca, o batuku e o funaná, sons de Cabo Verde “que resistiram à opressão”, tal como os badius, símbolo de resistência e resiliência, que homenageia com este trabalho.

Essas pessoas, explicou em entrevista à Lusa em 2021, são as que foram levadas dos territórios onde se situam hoje a Gâmbia e o Senegal e, posteriormente, da Guiné-Bissau para a Ilha de Santiago, em Cabo Verde, escravizadas pelos portugueses.

Os badius foram quem “conseguiu manter a tradição dos ritmos que saíram diretamente de África e não se aculturaram tanto como os que ficaram reféns e foram depois vendidos para outros países, outros mercados”. Badiu era um termo depreciativo, mas acabou por se tornar “um símbolo de resistência”.

Nas 12 canções que compõem o álbum, Dino D’Santiago aborda temas como “o aquecimento global, as guerras, as fugas dos refugiados, as mortes dos mares”. Em “Badiu”, além de produtores como Branko, Toty Sa’Med, Tristany, Sirscrach ou Valete, contou também com participações vocais de Slow J, Lido Pimenta, Rincon Sapiência e Nayela.